Saí do quarto depois do café da manhã sem saber muito bem o que fazer. Passei uma hora após a refeição analisando as possibilidades de continuação da viagem, se desistisse da Sérvia. Não havia resolvido nada, porém fui a uma das estações de trem da cidade, a mais perto do hotel, para verificar se as máquinas automáticas me sugeriam alguma coisa. Percebi que elas só funcionavam para viagens domésticas e havia uma guichê especial para ligações internacionais dentro de um contêiner ao lado do terminal. Redirigindo a mente para foco no local presente, iniciei uma caminha em direção ao Rio Danúbio com a intenção de subir a colina de Buda. As escadarias exigiram algum esforço, que poderia ser evitado pelo uso do funicular. A entrada ficava exatamente ao lado da bilheteria da Catedral. A fila maior era para visita do Bastião dos Pescadores, com suas vistas panorâmicas para o rio. Até teria entrado na Igreja se o ingresso pudesse ser pago com cartão. Contudo, como eles só aceitavam moeda local, fiquei apenas dando voltas na praça e observando as atrações e o grande movimento. Depois de satisfeito, segui para a parte menos turística de Buda, onde ficavam a prefeitura, alguns museus e a igreja evangélica. Também podia ser visitada a Torre Maria Madalena, com ingresso combinado com o da igreja principal. Não entendi o que aconteceu, mas toda a parte das naves havia desaparecido. Só restava o campanário. Na outra ponta das ruínas havia uma janela do antigo templo e, abaixo, uma reprodução em metal, por artista contemporâneo, do manto usado pelos reis para a cerimônia de coroação desde 1031. O mirante na parte de trás dos monumentos oferecia uma vista avantajada da parte moderna da cidade abaixo, longe do rio. Comecei a caminhar para a outra extremidade da colina e ficou patente a escala gigantesca do lugar. Depois da Catedral, tinha início a parte Imperial da colina, com várias praças e pátios e as enormes edificações do Castelo de Buda. Várias instituições tinham sede nos muitos palácios, dentre outros, o gabinete presidencial, a Galeria Nacional e a Biblioteca Nacional. Comecei a visita meio desanimado, mas fui despertando com o passar do dia. Não pretendia entrar em nenhuma atração apenas conhecer as fachadas. No entanto, queria visitar o Museu Histórico, que me deixou confuso, sem saber se era o mesmo que o Museu do Castelo. Para esclarecer a dúvida, passei na bilheteria e fiquei sabendo que são divisões da mesma instituição. Aproveitei para perguntar se tinham ingresso de velho e a bilheteira quis saber se eu tinha menos de 70, a partir do que era de graça. Na minha faixa tinha 50% de desconto. E aceitava cartão, o que era decisivo. O passeio, contudo, ficaria para outra oportunidade, dedicada apenas ao aprimoramento cultural. Toda a área do Castelo de Buda estava passando por extensa renovação e muitos prédios estavam em estado avançado de demolição, sempre acompanhados de vários textos explicativos, inclusive em inglês. Todavia, era ressaltado que, devido à onda de calor, atenção especial deveria ser tomada na leitura sob o sol. Nem acho que estava tão quente assim.