Surpreendentemente, ontem à noite consegui fazer uma reserva para visitar Nantes na segunda-feira. Havia tentado nas bilhererias automáticas da estação ao chegar do Monte Saint-Michel mas não conseguia ver o desconto de idoso que já havia aparecido na internet anteriormente. Também não tive paciência de conversar com um vendedor e estava desistindo, quando experimentei uma última vez na cama. Além do desconto também deu para pagar com o VTM. Eu devo estar fazendo alguma coisa errada para funcionar apenas de vez em quando. Ao acordar às 7:00 h estava totalmente indeciso quando ao que fazer. A programação original incluía a visita à uma floresta nas proximidades, porém não estava certo de qual transporte usar. Resolvi sair em direção à rodoviária para ver se encontrava alguma solução. O céu estava bastante encoberto, porém as previsões não indicavam chuva, apenas frio, com melhora no período da tarde. Ao sair às 9:00 h encontrei uma cidade totalmente deserta. Rennes, fora do centro, tem avenidas largas e muitos espaços públicos de convivência, desde grandes esplanadas e bulevares até pequenas praças com muito verde e bancos. Conta com uma linha de metrô apenas e, ao contrário de outras cidades médias, não tem bonde. Um corredor artístico propõe a visualização de obras contemporâneas espalhadas pela cidade. Assim que terminei de fotografar a primeira escultura, um morador de rua se aproximou para perguntar o que eu enxergava na peça: um torso, um elefante? Depois de andar pelo centro novo durante uma hora e meia, entrei no terminal já sem nenhuma intenção de sair da cidade. Um dos modernos edifícios pelo qual passei era um Centro Cultural, abrigando o Espaço de Ciências, a Biblioteca Metropolitana e o Museu da Bretanha. No domingo a entrada só acontecia a partir de 14:00 h e parecia ter encontrado uma visita interessante. Na estação de trem sentei por alguns minutos numa confortável área de espera, apesar das conversas, com várias tomadas. A bateria descarrega com rapidez. Os avisos sonoros sempre alertam para a importância de usar máscara, porém as pessoas só riem. Após andar por mais algumas ruas do centro e ao longo do Rio Vilaine, parei na praça em frente ao Museu de Belas Artes para comer alguns sanduíches. Atravessando o rio ficam o Palácio das Ciências, no edificio Pasteur e o Palácio São Jorge, com um bem cuidado jardim externo. Continuei a visita revendo algumas e conhecendo novas atrações. As igrejas de Saint-Germain e de Santa Ana eatavam na área de pedestres, que era a única com algum movimento. Ao lado do último templo ficava o antigo Convento dos Jacobinos, restaurado e adaptado para se tornar sede do Centro de Convenções. Caminhei em direção ao segundo rio da cidade, o Ille, que é separado do Vilaine por uma eclusa para permitir a navegação. Entendi então o motivo do nome do estado: Ille e Vilaine. Voltei para o centro novo e entrei no centro cultural. O Espaço das Ciencias, voltado para jovens, é constituído por um planetário, uma área interativa para aprendizagem de princípios científicos e uma exposição, talvez temporária, sobre o mago Merlin. No segundo andar fica o gratuito Museu da Bretanha, que explica o desenvolvimento da região desde a época paleolítica, com os homens das cavernas e seus artefatos, passando pelo período celta, romano, da Idade Média, a anexação ao reino francês em 1532 e tempos mais recentes até o séc. XX. As características bretãs dos fatos históricos eram ressaltadas, inclusive com uma breve menção à língua. Uma detalhada exposição do caso de anti-semitismo que ficou famoso no final dos.anos 1890 envolvendo o Capitão Dreyfus tem forte apelo local, já que a realização do julgamento que o acusou de traição aconteceu na cidade.