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Como hoje seria dia de descanso físico aproveitei para sair do quarto apenas às 8:30 h. A intenção era clara, só não sabia se viável. Procurava um canto sossegado numa praia, de preferência que não exigisse longa caminhada. A primeira opção ficava logo do outro lado da avenida, na frente do hotel. Após a calçada, um pequeno gramado e alguns conjuntos de coqueiros criavam um ambiente agradável, porém contava em encontrar algo mais convidativo. Comecei a andar em direção ao centro e aos terminais marítimos, após os quais tem início a extensa praia central. Caminhei até o final e ia começar a volta, quando uma faixa nem tão escondida, porém separada da zona principal pelo estacionamento de vários barcos pesqueiros, me chamou a atenção. Algumas construções decadentes impediam sua visão a partir da rua e a área maior, no centro e em formato circular, parece ter sido um mercado de peixes que foi abandonado. Após atravessar a zona de parada das embarcações, alguns coqueiros delimitavam

a região final da faixa de areia, que terminava numa edificação isolada por tapumes e em avançado grau de deterioração. A praia, no entanto, era ideal. Vazia e afastada, sem ser inacessível. Muita alga seca se acumulava na areia, que era mais um amontoado de restos esfarelados de conchas. Fiquei algum tempo em estado de observação e a única possibilidade de incômodo que podia perceber se devia à pouca largura do trecho, que exigia uma proximidade grande com o mar. Não havia muito espaço para fugir de uma maré alta repentina. Resolvi arriscar e, ao contrário dos dois dias anteriores quando o sol extremamente quente me havia deixado desanimado, o calor estava plenamente suportável. A água turbulenta, carregando muito sedimento, não estimulou o banho, contudo pude passar várias horas ao som das raras aeronaves que decolavam do aeroporto vizinho. Tive que brigar com a preguiça para ir embora às 16:00 h mas, como consolo, tomei um picolé de melancia antes de seguir para o supermercado.