O embarque no Airbus A330 neo aconteceu na mudança de um dia para outro e, desta vez, não houve atraso, pelo contrário, o capitão estava dez minutos adiantado. O voo não estava totalmente lotado, mas eu havia ganhado uma vizinha. Após uma conversa com a aeromoca, dizendo que a amiga estava sozinha mais à frente e tinha receio de viajar desacompanhada, ela teve sucesso em trocar de assento e eu fiquei com duas poltronas só para mim durante toda a travessia. Pouco após a decolagem foi servido o jantar com massa e arroz doce que não dava para elogiar. Dormi durante quase toda a noite, percebendo de longe a turbulência no início do sobrevoo do Oceano Atlântico e vim a acordar apenas no momento do lanche final, que também não foi elogiável, e do pouso às 5:30 h. Pela primeira vez tive a oportunidade de pegar o trem para o centro. Geralmente, as chegadas sempre aconteciam em horários em que o serviço não funcionava, entre 0:00 h e 6:00 h, e precisava ir de táxi. Os aplausos do momento de aterragem atestavam a tensão dos passageiros. Diversos voos internacionais chegaram ao mesmo tempo e a fila indecente da imigração levou 30 minutos. Torcia para dar tempo de pegar o trem das 7:00 h. Não deu. Saí do terminal direto para o edifício de estacionamento, de onde partem as ligações gratuitas para a estação de trem. Não havia nada lá, além de alguns taxistas desinformados. Nada de placas de sinalização ou ônibus se aproximando. As informações que tentei obter com as poucas pessoas da redondeza só levavam a um ponto de interrogação. Parece que ninguém sabe que existe este serviço. Resolvi ir para o Terminal 2 e ver se encontrava algo mais palpável, porém o resultado não foi muito diferente. Decidi caminhar os poucos quilômetros, apesar de ter jurado que não andaria mais carregando tanta bagagem. No caminho vi alguns veículos que faziam o traslado, porém já estava próximo do objetivo. Não contava com os alambrados que impediam a passagem e obrigavam a algumas voltas extras. Quarenta minutos antes da ligação das 8:00 h mostrei minha identidade para a funcionária, solicitando a entrada gratuita de idosos. Ainda fui recepcionado com um 'bom dia, jovem'. As poucas paradas do transporte expresso me deixaram na estação do metrô às 8:45 h e cheguei em casa quinze minutos depois. Nos vinte minutos em que estive sentado esperando a partida, o trem lotou, me surpreendendo bastante. Tive até que colocar a mochilona no bagageiro superior para liberar o assento que ela ocupava. Sempre que peguei na hora do almoço, estava totalmente vazio.