28/mai/24

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30/mai/24

Louco para ficar o dia todo no quarto, me obriguei a vestir o guarda-roupa completo e saí para a manhã úmida às 8:00 h. Seguindo em direção à estação ferroviária novamente. O que me animou foi a chuva da madrugada ter parado. Apesar das nuvens, era possivel perceber o sol escondido. Cheguei junto com o trem para Amboise (leia Ãbuás) e não deu tempo de comprar o bilhete e entrar. Além disso a máquina automática estava quebrada e as que funcionavam eram de um modelo antigo. Apesar de não ter dificuldade em definir todos os parâmetros, optei por entrar na fila das vendas humanas. O seguinte partiria em uma hora e, por poucos minutos de preguiça, deixaria de aproveitar 60 minutos adicionais na cidade vizinha. A viagem leva pouco menos de 20 minutos e o motivo da visita incluía mais um castelo. Entrei num vagão com aquecimento, carpete, poltronas estofadas com tecido e luminárias tipo abajur que me deixou na dúvida se estava em compartimento de primeira classe. Como não apareceu nenhum bilheteiro, não pude saber se teria sido expulso. O centro da cidade ficava na outra margem do Rio Loire e uma breve caminhada me levou até a ponte. Nessa altura o rio era bem mais estreito, mas a correnteza continuava tão forte quanto nos demais pontos em que havia observado as águas. A primeira visão dos castelos era sempre muito impressionante, e aqui não foi diferente. Percebi depois que a largura do rio parecia menor porque ele tem dois braços separados por uma ilha. Até chegar ao centro vinha caminhando com a observação detalhada das nuvens bastante ameaçadoras, já que não havia nenhuma forma de proteção para eventual catástrofe. Perto do castelo as nuvens começaram a se espaçar e dar ocasião para um pouco de iluminação solar. Antes de atravessar as muralhas para adquirir o ingresso, caminhei os 5 minutos até a moradia em que Leonardo da Vinci ficou hospedado até a morte. Achei € 19,00 demais para conhecer a casa e o parque com réplicas de inventos. Mais 5 minutos me levaram até a entrada do Palacete Gaillard, que não pretendia visitar e de onde iniciei o retorno. Outro percurso conduzia à escavações arqueológicas do período romano, porém o tempo não estava ideal para andar no meio do mato. Já havia me arriscado bastante para ver as duas mansões fora do centro. Subi uma longa e tortuosa escadaria encravada na encosta que conduzia a um mirante para observar, além de um belo panorama, nuvens até onde a vista alcançava. Havia mais ruas lá em cima, porém todas conduzindo para longe do castelo. Tive que descer por onde subi. Apressei a descida ao sentir os primeiros pingos que, pareciam, apenas aviso de precaução. Não tinha como vir até aqui e não entrar na atração principal. Comprei o ingresso e decidi pegar o tablet, apesar do incômodo que ele causava. Achei melhor andar pelas áreas abertas, para garantir o tempo seco, e entrar na construção apenas em fase posterior. Como bom caipira, fiquei impressionado com o robô cortador de grama. A Capela em que foi enterrado Leonardo da Vinci estava em reforma. Ele chegou da Itália três anos antes de morrer e fazia parte das pessoas próximas do Rei, criando diversões para as festas e se dedicando ao desenho e ensino. Mais uma vez, grandes grupos de estudantes barulhentos ocupavam todos os espaços. Por vezes achava que a chuva era iminente, noutras o tempo até estava agradável. Levei uma hora para percorrer as salas do Castelo e, quando estava pronto para sair, a garoa começou. Não durou muito. Era apenas uma nuvem de passagem e tinha pouca água. Logo foi seguida de outra mais carregada. A previsão falava em grande possibilidade de chuva à tarde e, com este temor em mente, resolvi voltar para o terminal ferroviário. Garoou todo o quilômetro e meio, mas não foi nada muito forte. Só havia uma máquina automática ao relento e eu resolvi comprar a passagem com a vendedora. O seguinte sairia apenas uma hora e meia mais tarde. A garoa que tive que enfrentar nas escadas para acessar por baixo da via a plataforma oposta estava bem mais forte do que no caminho. Quando entrei no trem, o bilheteiro estava cobrando um passageiro. Não sei se foi apenas o valor nominal ou teve multa, mas ele precisou apresentar o cartão do banco. Após terminado seu trabalho seguiu para outro carro sem solicitar a minha passagem. Assim que cheguei em Blois às15:30 h fui sob a garoa até o supermercado próximo e estava no quarto meia hora depois. Se o tempo não estivesse tão instável teria feito mais um passeio pelo centro. Mas do jeito que estava, a melhor opção era o hotel.