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Lund 7,24 km...Desci para o refeitório às 7:30 h para conferir o café da manha incluído na diária. Eles começavam a servir uma hora antes e era bem variado, com bastante gente no salão. Fiquei espantado com o distribuidor de líquidos, sucos e água, controlado por um tablet. Sem a menor vergonha, subi depois de meia hora para continuar dormindo. Estava com uma preguiça enorme e sem saber para onde ir. Havia muitas possibilidades, mas não conseguia escolher nenhuma. Caí no sono novamente e só acordei quase ao meio-dia. Havia recebido uma mensagem ainda na Dinamarca informando que deveria cadastrar os dias de faxina, com pena de ser excluído do serviço. Não tomei nenhuma providência e achava que não iria ser incomodado. O sol aparecia entre muita nuvem e a temperatura continuava como nos dias anteriores. Ao sair do quarto

tentei tomar coragem para visitar uma cidade universitária próxima. No terminal ferroviário observei que havia uma ligação dentro de alguns minutos. Passei o cartão na bilheteira automática e fui para a plataforma. O trem regional levava apenas vinte minutos, menos do que eu imaginava. Tentei perguntar para o controlador se precisava carimbar o bilhete mas, depois de algum tempo para ele entender o que eu estava perguntando, mostrou a máquina leitora de passagens que portava, indicando que eu não precisava fazer nada. O principal motivo para visitar Lund era conhecer as instalações da Universidade criada em 1666. Antes disso, no sec. XVI, o sul da Suécia pertencia ao rei da Dinamarca, que tinha uma residência na cidade, a Casa do Rei, para onde eram enviados seus representantes. Quando Lund foi transformada em arquidi

ocese em 1103, a versão antiga da Catedral foi construída, juntamente com um jardim. Uma cripta enorme guardava diversas lápides de personagens medievais. Contava a lenda que a bandeira da Dinamarca, a mais antiga Insígnia do mundo, caiu do céu nas mãos de um arcebispo de Lund numa Cruzada na Estônia em 1219. Saí para uma pequena volta em torno da igreja enquanto aguardava as 15:00 h, horário marcado para o show do relógio astronômico, construído em 1444 em algum lugar da Europa. A performance de poucos segundos deixou o público desiludido. Uma revolução rápida do cortejo ao redor da Virgem Maria foi tudo que o mecanismo fazia, além de duas batidas de espadas entre os cavaleiros no topo da máquina. Dava para ouvir o suspiro e risadas de decepção da assistência. Segui para o Museu Histórico, de 1735, na realidade focado

na história da universidade. Os objetos recolhidos eram usados para esclarecimento dos alunos. Uma coleção pequena, porém suficiente para preencher uma tarde. Peguei o trem das 16:30 h de volta para Malmo. Três adolescentes pretos e arruaceiros tomaram o conjunto de quatro assentos que estava sendo usado por uma pessoa que foi ao banheiro. Não sei o que ela disse quando retornou, mas com certeza reclamava sua poltrona de volta. Os meninos não se deram o trabalho de sair e ela foi para a cadeira do lado. Na chegada a Malmo, a controladora muçulmana que sentava logo atrás deve ter percebido e expulsou o grupo do trem. O céu estava mais ou menos limpo, porém uma nuvem resolveu descarregar seus pingos no momento em que deixei a estação. Não foi pesado, mas me lembrou que a previsão para os próximos dias não era animadora.