28/jul/24

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30/jul/24

Quando desci para tomar o café, não encontrei a Renata. Falei para a pessoa que estava atendendo que precisava pagar, porém ele não entendeu nada e saiu ao pátio para perguntar se alguém falava inglês. Apareceu um que se ofereceu em ouvir meu pedido em francês. Ele já havia estado no Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. Sem poder resolver o problema, retornei ao quarto para esperar a volta da dona. Imaginei que ela fosse bater na minha porta, mas como isso não aconteceu, desci novamente para exigir meu direito de pagar. Desta vez ela aceitou e estava tudo pronto para deixar a pensão em uma hora. Esperei o trem para Budapeste por quarenta minutos, observando à medida que a plataforma enchia. Enquanto aguardava, percebi que teria aproveitado mais a região se, em vez de insistir em fazer caminhadas, tivesse usado o trem, me beneficiando das viagens gratuitas que minha condição de velho apresentava. Ainda não acreditava totalmente nesta modalidade, apesar de todos os indicativos. Entrei no trem das 10:50 h, que já estava com muitos assentos ocupados, sem permitir escolha tranquila. Dividi um conjunto de quatro poltronas com a húngara que já estava lá. Poucos minutos após a partida uma fiscal entrou no carro para verificar as passagens. Ela quase passou direto, mas enfiei meu cartão de cidadão na cara dela, que apenas acenou. Era um método muito esquisito de administrar uma empresa e alguém estava pagando para todos esses velhos passearem. Devia ser alguma lei beneficiando os aposentados. E com a fiscalização de faz de conta desses bilheteiros, o sistema ficava ainda mais dependente da honestidade dos usuários. O maquinista entrou na estação do lado de Buda às 12:40 h, de onde eu deveria atravessar o rio para chegar no Hotel Silver, após uma caminhada de perto de uma hora. Entrei na recepção com quinze minutos de antecedência e o funcionário não quis me atender. Verifiquei que a rede Wi-Fi conseguia conectar com o meu provedor perfeitamente. Devia ter se arrependido da grossura, porque logo me chamou para o registro e pagamento. Ao contrário do que havia imaginado, o prédio todo era do hotel e, com quinze apartamentos por andar, contava com quase cem quartos. O refeitório ficava no sexto pavimento, recebendo comensais das 8:00 até as 10:00 h para o desjejum. Por todo o percurso até o quarto me deparei com vários avisos salientando que a gerência não se responsabiliza por itens de valor desacompanhados. Com tanta repetição, achava que eles tinha algum motivo para fazer a ressalva e resolvi carregar o tablet nas saídas. Era o único item que sempre deixava no quarto sem nunca ter tido problema. Apesar da preguiça, saí para um rápido reconhecimento às 16:00 h. Segui pela principal avenida da cidade, onde ficam algumas embaixadas, até atingir a Praça dos Heróis. Em 1891 o governo resolveu construir um monumento para homenagear o primeiro milênio do país e grandes esculturas foram produzidas, inclusive a do Arcanjo Gabriel, que ganhou destaque no alto da Coluna. Atualmente ela está sendo removida para trabalhos de restauração. De ambos os lados da Praça ficavam as instituições culturais do Museu de Belas Artes e do Palácio das Artes. Continuei até o Parque da Cidade atrás do monumento mas não entrei por achar que a visita levaria muito tempo. Passei pelo terminal que havia usado das outras vezes em que estive na cidade e voltei para o hotel após passar num supermercado.