28/jul/22

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30/jul/22

Toda manhã, a partir das 6:30 h, o quarto começava a tremer com a vibração dos passos do hóspede do andar de cima. Era o despertador incluído na diária. Saí uma hora mais cedo do que planejava porque já não aguentava mais ficar na cama. O trem parte apenas ao meio-dia e meia e, mesmo assim, como era outra viagem curta, teria que aguardar a recepção do hotel de Rennes, aberta somente depois das 16:00 h. Uma mistura de nuvens e céu claro me acompanhou pelos 35 min do trajeto a pé e me preparei para esperar pelas três horas e meia seguintes. Voltaram os alertas sobre o forte calor e a sugestão de ingestão constante de água. Para mim, o vento que atravessava as portas abertas, o mesmo que me fez correr para o registro tardio do motel no primeiro dia em Vannes, era suficiente para pensar no casaco na mochilinha. Com um atraso de 7 min, o TGV de dois andares partiu para a base seguinte. Além da lotação quase completa também havia dificuldade de encontrar lugar para a mochilona. O bagageiro superior é daqueles que comportam apenas um casaco ou uma sacola pequena. Teve que ficar meio encostada nas malas maiores, em equilíbrio precário. Na falta de assento individualista, a minha reserva na janela dividia o recinto de quatro lugares com outras duas pessoas. Como a poltrona ao meu lado ficou vazia, a mochilinha pode ter um pouco de conforto. Estava no primeiro conjunto de assentos, junto à entrada. A bilheteira passou correndo, perguntando se havia algum novo passageiro a bordo. Não deu tempo de responder e fiquei, mais uma vez, sem controle de passagens ou cartão de idoso. A minha era a parada seguinte e o comboio continuava para Paris, após o atraso para se juntar com outro que vinha de Brest. Rennes é a capital do departamento de Ille-et-Vilaine, a maior cidade e sede do Parlamento da Bretanha. A viagem até lá levou cerca de uma hora. O terminal é enorme e reúne estação de trem, metrô e ônibus intermunicipal. Como teria que esperar um pouco entrei na rodoviária para verificar uma visita que me interessava bastante. Já conhecia todos os detalhes e achei melhor aproveitar o tempo bom de amanhã para comprar a passagem de ida e volta para o Monte Saint Michel e me livrar de mais uma tarefa. Estava um pouco na dúvida sobre por qual caminho seguir até o hotel uma vez que as ruas indicadas no mapa não parecem contínuas. No final, meio no faro, fui montando uma rota ao sabor do vento. Acabei chegando exatamente às 14:30 h. O horário definido para a entrada era 16:00 h, mas não precisei esperar. Em compensação o proprietário não quis aceitar o pagamento antes do último dia. O local é bem simpático, decorado com temática naval. O meu quarto fica no último andar, com uma janela inclinada acompanhando o ângulo do telhado. Saí para o primeiro reconhecimento às 15:30 h, porém não cheguei nem na esquina quando lembrei que não trazia a garrafa de água. Decidi que seria melhor retornar o curto trecho do que sentir sede durante a visita. Só não contava com a quantidade de hóspedes que estavam se registrando e ocupando o elevador minúsculo para alcançar os quartos. Subi os quatro andares pela escada, reparando nos motivos marítimos que adornavam cada corredor. A rota alternativa que escolhi para ir ao centro seguia por um caminho ciclístico e agradável às margens do Rio Vilaine, que atravessa toda a cidade. Logo que entrei na parte central reparei nas construções medievais que circundam a majestosa Catedral de São Pedro. Também apreciei pequenos trechos de muralha, um portão que a atravessa e o mercado, fechado naquele horário. A Praça da República fica na frente do Palácio do Comércio e a Prefeitura divide um amplo espaço com o Teatro de Ópera. Um pouco à frente fica o prédio do parlamento bretão. Parecia que ainda havia muita coisa para ser vista mas estava na hora de voltar para o hotel. No retorno, que envolveu a retomada de parte do percurso da vinda da estação, passei pela Cidade do Judiciário e pela Capela de São Francisco. Carregado de compras pude utilizar o elevador sem ter que esperar a vez de ninguém.