Levei dois minutos para descer a escadaria do hotel e atravessar a praça do coreto protetor para aguardar o transporte das 8:00 h na avenida da praia. Da vez anterior que falei com o motorista ele estacionou em cima da hora e já estava preparado para não me desesperar com um pequeno atraso. A manhã da despedida estava limpa e o sol começava a levantar, prometendo uma jornada agradável para remover a impressão ruim. A perua de 15 lugares passou na hora marcada, já carregando alguns passageiros. Como esperado não havia bagageiro e as mochilas tomaram o espaço reservado a meus pés à frente de um banco duplo. O trajeto de quatro horas foi todo acompanhado por música de louvor. A saída do centro foi bem lenta, com o condutor procurando novos viajantes. Não encontrou nenhum. Além do motorista e do cobrador éramos cinco ocupantes. Fiquei com uma ponta de remorso quando passamos pela balbúrdia do mercado municipal, onde param as caminhonetes para as atrações turísticas da redondeza. Foi uma pena não ter tido coragem de enfrentar os desafios. Depois de uma hora e meia o motorista fez uma parada de descanso num restaurante de beira de estrada, pouco antes da cidade de Nagua. A lotação já havia aumentado um pouco com a entrada de mais pessoas pelo caminho, porém ainda havia algum espaço. Entrei no wifi de bordo, mais para conhecer a qualidade do que por necessidade. Seria muito bom se obtivesse tal padrão de conexão em todas as hospedagens. Foi meio complicado encontrar o endereço do hotel. O símbolo no mapa eletrônico está no lugar errado e tive que pedir ajuda para o simpático funcionário que trabalhava naquele escritório que, cheio de boa vontade, me indicou o local mais adiante. A hospedagem tem um projeto bastante confuso. Parece que novas construções foram sendo criadas nos espaços estreitos do terreno. Uma escada conduz até a recepção no primeiro andar, onde não havia ninguém. A faxineira que estava na calçada e deve ter me visto subindo foi quem me recebeu e ligou para o chefe. Tive a opção de escolha entre dois quartos e avisei que queria o que tivesse melhor recepção de internet. Para o dono José era tudo bom do mesmo jeito mas os computadores não concordaram. Na sala de distribuição o sinal estava claro mas era só andar pelo corredor para chegar no quarto que começava a enfraquecer. Para chegar na suíte alternativa tinha que descer outra escada e lá é que não pegava nada mesmo. Fiquei com o de cima, apesar de o outro ser maior e mais simpático. No final da história consegui acesso de dentro do quarto apenas no equipamento mais moderno. O tablet não conseguia identificar nada. O problema seguinte foi o pagamento. O José não tinha máquina de cartão e tive que mostrar a reserva para que ele não me chamasse de mentiroso, já que teimava em dizer que só aceitava dinheiro vivo. Disse que era um engano e teria que falar com o Booking para consertar. Com efeito, uma das razões por ter escolhido esta hospedagem foi por ela ser a única que constava como aceitando cartão. Aí vem a mesma história de sempre. Não tem problema porque é só ir até o caixa eletrônico próximo e sacar. Sem urgência. Acontece que cada saque é cobrado e para cobrir o montante total da reserva por sete noites teria que fazer diversas retiradas. No final resolvi pagar com os dólares de que dispunha para não enfrentar mais um desgosto. Saí para o reconhecimento às 15:00 h. Inicialmente passei pelas garagens das empresas de transporte para verificar as condições para volta à capital e, talvez, uma visita rápida à Santiago, aquela que troquei para ficar mais perto do litoral. Fui então para o encontro do rio com o mar, onde foi criado um belo paisagismo para realçar as construções históricas que se encontram no parque na entrada da barra. A principal edificação é a Fortaleza de São Felipe, mas também existe um farol e algumas ruínas. Voltei para a área do hotel seguindo a avenida costeira e entrei num ótimo supermercado perto da hospedagem. Com a geladeira grande, a única razão para não exagerar nas compras era a quantidade de mãos. O computador maior resolveu enxergar a rede quando estou na cama ou no banheiro, próximo da porta de entrada.