| 28/ago/24 | Calendário | 30/ago/24 |
| Linz - qui 29/ago/24 * 11,7 km * (85 fotos) | Mais fotos: | Álbum | Slide show | Vídeos |
Desci às 8:00 h para a boa refeição matinal com suco intragável e voltei para o quarto sem muita vontade de espantar a preguiça. Talvez o que me fizesse decidir por sair fosse a obra de renovação de alguns quartos, com o irritante barulho de furadeira. Embalado pelas marteladas caí no sono de novo até acordar definitivamente às 10:15 h e iniciar o passeio para o centro barroco qu
inze minutos depois. Logo de saída peguei um desvio por uma elevação ao lado do centro que se revelou no tranquilo Parque Bauernberg, um antigo porto de areia, com gramados, trilhas para exercícios e monumentos do início do séc. XX. Em 1913 um industrital rico proprietário de parte da área erigiu um templo circular para embelezamento do parque. Hitler encomendou uma estátua de Af
rodite que, até 2008, ocupava o pedestal central. Após muita controvérsia foi decidido que a deusa deveria ir para um Museu, onde seu histórico poderia ser contextualizado sem glorificar o espírito artístico do nazismo. Achei incrível não estar encontrando a escultura do Espírito da Montanha. Dei várias voltas por onde o mapa indicava estar a figura e passei mais de quinze minuto
s procurando por entre as folhagens. Pensei em diversas hipóteses para não vê-lo. Talvez tivessem levado para o museu junto com a Afrodite, ou quem sabe eu não estivesse preparado para encontrar um fantasma ou ele não quisesse me ver. No entanto, havia uma razão bem mais prosaica. O mapa simplesmente estava errado. Numa curva dei de cara com o fugitivo. Saindo do parque, passei p
elos muros da Igreja e Mosteiro dos Capuchinhos e atravessei o túnel sob o morro do castelo para chegar ao Rio Danúbio. Comecei a subir uma escadaria que levava à entrada da fortaleza e achei melhor visitar de uma vez, já que estava lá em cima. Não entendi direito o que aconteceu na bilheteria. Sem tempo de ler os preços, já que os funcionários eram extremamente solícitos, fui su
rpreendido com um adesivo que devia carregar na roupa e que garantia a entrada gratuita. Uma ala do antigo Castelo havia sido demolida há muito tempo e recentemente reconstruída em estilo moderno e arrojado. Além da venda de ingressos e loja no térreo, este setor apresentava uma exposição de história natural nos dois subsolos. Uma instalação artística representava corais formados
com trabalhos manuais em linha e lã, produzidos por diversos artesãos. No mesmo piso havia uma coleção de animais marinhos de outras eras. As portas automáticas eram uma fonte de surpresas, abrindo e fechando repentinamente para a passagem dos visitantes. O andar inferior abrigava uma abrangente coletânea de fatos a respeito de lobos inseridos na cultura humana. Falava de caça
e proteção, desde tempos longínquos, e passava pela cultura popular, sem esquecer do chapeuzinho vermelho. Voltando ao térreo entrei na parte histórica do castelo, com a primeira exibição mostrando uma grande coleção de cartões postais de época de vários pontos ao longo do Rio Traun até a desembocadura no Rio Danúbio, acompanhados da indicação da posição geográfica em um mapa que
circulava quase a sala toda. Em seguida vieram as seções de pintura e arte religiosa, organizadas pelos séculos em que foram produzidas. Uma vigia se aproximou para avisar que as cordinhas que limitavam a área dos mostruários não deveriam ser ultrapassadas. Só entendi o motivo da estranha observação quando ela perguntou se as crianças eram minhas. O setor de tecnologia, além das
máquinas de várias épocas e setores, tinha uma vitrine com produtos de consumo que mais parecia um armário para guardar o que não servia mais. Havia um interessante e sofisticado trenó, provavelmente usado por gente importante. Ao sair da parte interna do Museu para andar pelo pátio central, percebi as pesadas nuvens se aproximando, anunciadas por trovões. Não lembrava de ter vi
sto esta possibilidade nos aplicativos climáticos. Resolvi correr de volta para o hotel, porém não deu tempo. Grossos pingos me pegaram enquanto atravessava as ruas do centro. Escolhi a entrada profunda da Escola Internacional de Shiatsu, mas não precisei aguardar muito. A primeira nuvem passou rápido. Decidi continuar andando para o alojamento mesmo sob alguns pingos porque a nu
vem que havia visto do outro lado do rio era bem mais ameaçadora. Nada de muito drástico aconteceu, no entanto, e o céu limpou rapidamente. Ao entrar no quarto fui saudado por um bando de moscas, graças ao favor da faxineira de deixar a janela aberta para o enxame. Passei bastante tempo brigando, com ajuda de uma toalha, para mandar todas embora. Todavia, sobraram algumas.