Pouco depois da meia-noite teve início o embarque no Boeing 737-800, que voou com a lotação completa. A duração da viagem foi estimada em seis horas e meia pelo capitão e a decolagem ocorreu no horário pré-determinado de 1:40 h. Não entendi o que eu aprontei para que os arquivos preparados ontem antes do embarque desaparecessem. Felizmente havia feito a transferência para o servidor e contava em recuperá-los assim que tivesse acesso à internet no hotel. Pude dormir cinco horas ininterruptas, apesar do peso da vizinha pendendo em direção a minha poltrona. Uma hora e meia antes da chegada na Cidade do Panamá começou a movimentação para distribuição da segunda refeição. O pobre lanche do início da viagem contou apenas com um pequeno pacote de salgadinho sem graça. No café da manhã achei que seria preferível ficar com as panquecas por causa do estômago revolto, porém a única opção restante era o omelete. Quando o avião pousou às 6:15 h locais, duas horas atrás de Brasilia, o tempo estava horroroso e o frio no interior do terminal era congelante. Encontrei uma sala um pouco menos incômoda para aguardar o surgimento da identificação nos monitores. O aeroporto de Tocumen está sofrendo renovação em muitas áreas e parece que o novo terminal será inaugurado ainda este ano. Pela visão a partir do estacionamento das aeronaves e pelas ilustrações distribuídas por algumas paredes, parece que vai ser bem grande. A rede wifi disponível está ainda pior do que das vezes anteriores e não consegui passar das telas de cadastro. O voo final para San Andrés estava marcado para dentro de três horas e meia. Nesse meio tempo consegui me conectar à rede e recuperar os dados perdidos, além de enviar a primeira versão do dia. Talvez o conceito expressado três frases atrás tenha se devido mais a minha inabilidade do que à qualidade da conexão ou da oferta do serviço patrocinado. Às 9:15 h começou a abordagem do Boeing 737-700 para a última etapa da viagem, marcada para sair depois de 40 min. O piloto decolou às 10:00 h, para um voo de pouco menos de uma hora, com vários lugares vazios. Quase não deu tempo de passar o carrinho de bebidas para acompanhar o mini sanduíche. Achei equivocadamente que o fuso fosse ser ajustado mas continuo duas horas atrás de Brasília e cheguei em San Andrés antes do que esperava. Fui um dos últimos a sair do avião e, consequentemente, o finalista da enorme fila de imigração, na qual fiquei das 11:00 h até as 11:30 h. Além do visto de turista preenchido e pago os oficiais também exigem um formulário distribuído antes do pouso em que são solicitados praticamente os mesmos dados declarando ainda se há o transporte de valores elevados. Apesar da demora nos guichês, onde os simpáticos atendentes transferem as informações para o computador, a passagem pela burocracia foi tranquila. Na saída fiquei apreensivo por não ver mochilona que, sendo praticamente a única bagagem restante, estava relegada para um canto escondido. Já havia me preparado para caminhar a pequena distância até o hotel mas tive um pouco de dificuldade na saída do aeroporto. Primeiro porque o GPS demorou para ser ativado, me levando a pensar que não poderia contar com sua inestimável ajuda. E, em seguida, porque eu não conseguia identificar para onde a seta estava apontando. Depois de cruzar e recruzar a esquina na saída do terminal, finalmente, encontrei a direção correta e cheguei no endereço das próximas seis noites um pouco antes do meio-dia. A dona, Dima Cresida, que empresta o nome à pousada, ficou um pouco assustada por eu ter chegado tão cedo, já que o horário normal seria após as 15:00 h. Apesar disso, me levou para a sala de jantar, que também serve de escritório, a fim de dar seguimento ao registro, bem minucioso. Fui informado de que o hóspede atual ainda não havia deixado o quarto, ficando decidido que eu retornaria duas horas mais tarde. Antes disso, porém, sentei no sofá para verificar os e-mails, como desculpa para obsevar a qualidade da conexão. Os poucos minutos que me ocuparam foram suficientes para o ocupante do meu quarto devolver as chaves e eu poder largar a bagagem no local definitivo. Saí às 13:00 h para o primeiro passeio de reconhecimento. A tarefa inicial a que havia me proposto era passar pela marina de onde saem os barcos em direção à ilha Providencia, para onde havia adquirido pela internet uma passagem. Queria saber se o arquivo de confirmação da transação seria suficiente ou se deveria trocar a informação eletrônica por algum papel ou passagem. Segundo a moça para quem perguntei e que tomava conta de uma tenda para venda de passeios a apresentação na tela era o bastante. Também fiquei sabendo que no dia da travessia teria que madrugar, já que devo estar de prontidão uma hora e meia antes da partida das 8:00 h. O percurso ao longo da orla levou meia hora, de forma que vou ter que deixar o quarto perto de 6:00 h. Não acho que tanta antecedência seja realmente necessária, contudo não convém abusar. O arquipélago se defini como cercado por um mar de sete cores, o que achei inicialmente que fosse um exagero. No entanto a caminhada pelo litoral através do calçadão à beira da praia central mostrou que a expressão parece ser bastante razoável. Outra atividade que queria realizar era encontrar um caixa eletrônico para sacar algum dinheiro local. Não tinha ideia de quanto necessitaria, por não conhecer a possibilidade de realização de compras com cartão, mas sabia ser bom andar com moeda corrente para despesas miúdas, como ônibus, sorvete ou alguma comida de rua. Os bancos ficam na região central da cidade e entrei em alguns até me decidir a fazer o saque. No supermercado descobri que poderia custear as compras com meio eletrônico a partir de certo limite, que equivale a pouco mais de € 5,00. Voltei para o quarto às 16:00 h, algum tempo mais cedo do que o costume e percebi que havia uma loja com aparentemente muito mais opções e variedade logo que saí daquela que havia escolhido como minha fornecedora do dia. Pude constatar a boa qualidade da pousada, mas também percebi dois enormes inconvenientes para as minhas necessidades. O banho frio até deu para ser encarado após o corpo se acostumar com a temperatura. A grande vilã, mais uma vez, vai ser a acessibilidade da internet que no quarto é praticamente impossível. Saindo pelo corredor para perto da sala/escritório do andar superior parece que a recepção do sinal melhora significativamente. Pelo menos as fotos parece que vão ter que ser transmitidas ao relento. De fato, Os leves arquivos de texto podem ser transferidos sem sair do quarto. As imagens, porém, mesmo após a compactação para diminuir seus tamanhos, devem ser enviadas ao ar livre, num processo que hoje durou menos de 10 minutos aproveitando as ondas mais potentes do exterior.