26/jun/24

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28/jun/24

O sol forte continuava a não permitir preguiça, apesar da quantidade maior de nuvens. Deixei o quarto às 10:00 h, com uma vaga noção da direção a seguir. Passei novamente pelos Jardins de Luxemburgo, percurso obrigatório para atingir o centro da cidade. Não entrei no parque, mas segui por vias interiores até chegar ao Panteão. Em 1764 Luís XV resolveu dedicar uma igreja à Santa Genoveva, padroeira de Paris. Porém logo veio a Revolução e ela virou local de veneração dos Grandes da Pátria, entre eles, Rousseau, Voltaire e Hugo. Me dei por satisfeito sentado nas escadarias juntos com os demais pão-duros. Pouco atrás do Panteão ficava a Igreja Saint-Étienne-du-Mont, sucessora do santuário original erigido para adorar Santa Genoveva. Ela nasceu em 420 e ficou conhecida por buscar alimentos e acalmar os parisienses temerosos com os avanços de Átila pelo Vale do Sena. Também foi ela quem apresentou a necessidade de erguer uma Basílica sobre o sepulcro de Saint Denis, o primeiro bispo de Paris. Clóvis, rei dos francos, neto do fundador da dinastia dos merovíngios, e a Rainha Clotilde foram seus contemporâneos. Achei a arquitetura do templo bastante diferente. Ele foi construído no séc XV para substituir o anterior, muito pequeno para acolher a população crescente, e continha elementos inusitados para o meu conhecimento. Uma parte do Claustro estava aberta à visitação nos fundos e conservava vitrais do séc. XVII. Atravessei o Rio Sena para a Rive Droit e passei mais uma vez pela Catedral em obras e pelas fachadas industriais do Centro Georges Pompidou, o museu de arte moderna. Dali a parada seguinte foi a Torre de São Tiago, último vestígio do santuário do séc. XVI que existiu no local. Após a Revolução ele foi destruído e seus escombros utilizados como material para novas construções. Na continuação entrei no vasto centro comercial do Forum des Halles, que também servia de cruzamento para diversas linhas de transporte público no subterrâneo. Ao lado ficava a Igreja Saint-Eustache e a construção circular que atualmente abrigava um museu de arte moderna, mas já foi sede da Bolsa de Comércio e local da edificação de uma residência de Catarina de Medici, no séc. XVI. As nuvens vinham se acumando havia algum tempo e comecei a sentir os primeiros pingos. Pretendia continuar a caminhada por vários quilômetros mais, porém a preguiça se juntou à ameaça climática e me fez decidir voltar para o hotel após um breve circuito pelos pátios do Museu do Louvre. Não chegou a chover e acho que a ventania forte ajudou a espalhar as nuvens e devolver o sol aos céus parisienses.