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Estação de trem - HelsingorCopenhague/Helsingor 16,64 km....Consegui enganar a preguiça e levantar às 7:30 h. Peguei o trem das 8:52 h que deveria levar uma hora para chegar em Helsingor, também chamada Elsinore, uma cidade ao norte, famosa pelo castelo que inspirou Shakespeare a escrever Hamlet. Tive dificuldade em me manter acordado na conexão pinga-pinga, meio monótona. A cidade fica no ponto mais próximo da costa da Suécia e foi usada na Segunda Guerra como ponto de partida para os 7000 refugiados judeus escondidos em barcos de pesca. Um Memorial na Praça do Porto cPrefeitura - Helsingoromemorava o agradecimento dinamarquês. Iniciei a visita pelo centro, passando pela Prefeitura e pela Catedral de Santo Olavo, onde estava sendo celebrada a missa na língua nativa. Em frente ficava a casa do organista Diderik Buxtehude, que serviu de inspiração para Bach e Handel no séc. XVII. A vizinha Igreja de Santa Maria, cujo serviço era acompanhado por música de órgão, também não podia ser visitada. Segui até os jardins do Palácio Marienlyst e desviei para a praia, enquanto caiam alguns pingos. Voltei para os templos que já haviam encerraClaustro de Santa Maria - Helsingordo seus cultos, contudo a Catedral não abriria mais no domingo. Iniciei a visita principal ao meio-dia. Na realidade levei mais uma hora para entrar na parte mais interna porque andei bastante pelas proteções externas, que não exigiam bilhete. O Castelo começou a ser construído em 1420 e sofreu vários acréscimos durante os séculos. A segurança foi desenvolvida em diversas camadas, com os bastiões de terra mais afastados da casa do rei, e o edifício principal cercado por dois fossos, diversas defesas militares e muralhas de quatro metros de espJardins do Palácio Marienlyst - Helsingoressura. Ao acessar o Castelo pelo portal principal, cheguei ao amplo pátio interno, centrado numa fonte com a caveira que simbolizava a peça do dramaturgo inglês. Entrei então na Capela que também é personagem importante do Hamlet e subi os 145 degraus da Torre do Canhão, que oferecia grandes panoramas da cidade e do mar até a Suécia. Em seguida veio a casamata, mistura de prisão, dormitório e armazém durante os períodos de guerra ou cerco, que ficava no subterrâneo. Uma lenda de mais de 1000 anos, também aproveitada por Hans Christian AnderseSanta Maria - Helsingorn, contava que o guerreiro Holder, o dinamarquês, que habitava sob o castelo, seria o primeiro a se apresentar em caso de algum conflito com inimigos. A cenografia dos corredores, em formato de labirinto totalmente escuro, conseguia transmitir a vida tenebrosa que os prisioneiros enfrentavam. A visita aos cômodos do castelo eram um pouco diferente. Atores interagiam com os visitantes, representando o rei, a rainha e os bobos, enquanto um personagem montava quebra-cabeças. O casal real dormia em câmaras separadas e muito pequenas por causa da nCapela - Helsingorecessidade de aquecimento. Uma das funções da Galeria da Rainha era servir de espaço para o passeio das amas, preservando seus sapatos. Em muitos cômodos havia mesas de atividades à disposição para colorir, dobrar, bordar, juntar palavras imantadas, jogar xadrez ou baralho e montar artefatos ao lado de pilhas de peças de Lego. Havia diversos tipos de roteiros guiados, em inglês e dinamarquês, que poderiam ser acompanhados em determinados horários pelos interessados. A corte dos monarcas dinamarqueses era itinerante e eles passavam temporadas nTorre do Canhão - Helsingoros inúmeros castelos espalhados pelo reino. Cada viagem era acompanhada por 150 carruagens transportando desde comida e vestuários até móveis, tapeçarias, quadros e toda a documentação administrativa. Os reis gostavam de festa e não perdiam oportunidade de demonstrar seu poder em eventos gigantescos, com refeições de 24 pratos e atrações extravagantes. Fiz o último contorno do castelo por fora das muralhas e ao longo do oceano, observando a Suécia do outro lado e as barcas atravessando o estreito. Na volta para o centro, lendo um dos postes coDefesas - Helsingorm anedotas sobre Helsingor, fiquei curioso com a menção a uma escultura de 2012, elaborada como resposta à Pequena Sereia. Olhei ao redor e enxerguei a pedra em aço reluzente no final do atracadouro. Sobre ela estava sentado um menino pelado contemplando a distância. Uma dinamarquesa se aproximou relatando que vez ou outra ele piscava, garantindo que havia acabado de presenciar a maravilha. Com o sol batendo em tanto material brilhante não era difícil acreditar no milagre da pupila. O nome da obra era Han que, em dinamarquês, queria dizer Ele.