Desde a madrugada um carro de som dava voltas pelo centro para convidar a população para as comemorações do aniversário de Dom Duarte. Durante o café da manhã no refeitório ao ar livre do térreo podia ouvir os discursos empolados laudando o pai da pátria vindos de um edifício nas proximidades. Ao término da refeição pude assistir da sala de estar do segundo andar a um pequeno desfile cívico que carregava bandeiras pela avenida costeira e entrava na Igreja de Santa Bárbara para o ato religioso. Algumas nuvens atrapalhavam a passagem do sol mas em sua maior parte o céu estava claro. Já dava como certa a desistência de participação em qualquer passeio organizado e me preparava para passar os três últimos dias em Samaná fazendo curtas caminhadas ao redor da baía. Também já havia preparado a transferência de terça-feira. Ainda em Punta Cana, ao rever o itinerário definido em São Paulo, percebi que a última parada, que havia marcado para a segunda maior cidade do país, Santiago, envolvia alguns problemas. Em primeiro lugar, ela fica a setenta quilômetros de distância do litoral e, mais grave, está encravada nas montanhas, a mais de 800 metros de altitude. Quando notei o fato logo me saltou à mente a possibilidade de dias e, principalmente, noites frias. Como estive sem conexão decente com a internet não havia muita coisa que pudesse fazer. No entanto, em pensamento, já sabia a atitude a ser tomada. Pude operacionalizar o plano com a melhora da rede. A reserva feita com bastante antecedência permitia o cancelamento gratuito e, depois de encontrar hospedagem mais adequada em balneário no litoral, fiz a troca sem problemas. Outra dúvida que me afligia era o transporte, que pelo que fiquei sabendo na rodoviária, teria que ser feito via capital. A leitura atenta do guia eletrônico mostrou que há ligações diretas partindo de paradas improvisadas ao lado da praça em que fica o coreto protetor das chuvas repentinas. São três as opções, cada uma de uma companhia diferente. Na visita que fiz ao local com a finalidade específica de confirmar visualmente os motoristas partindo percebi que o melhor veículo é o que sai após o almoço, num ônibus grande convencional. Contudo, a viagem de quatro horas me deixaria em Puerto Plata apenas no começo da noite. O serviço anterior saía às 11:00 h, numa perua mais desajeitada, mas ainda razoável. Mesmo com este chegaria muito tarde. A melhor alternativa com respeito ao horário deixava a praça às 8:00 h, contudo era a condução mais apertada e velha. Minha intenção era sacrificar a comodidade para chegar mais cedo no destino. Após um início promissor, a manhã se transformou em palco de muitas nuvens e tive que correr para o abrigo quatro ou cinco vezes. A tarde, por outro lado, esteve esplêndida, com céu totalmente azul a menos de uma faixa de flocos brancos no horizonte, acima das montanhas do Parque Nacional.