Acordei às 7:30 h observando um céu totalmente azul e límpido pela janela, com temperatura de 10°C, segundo a página meteorológica. Apesar da ansiedade por iniciar o dia, decidi continuar na cama por uma ou duas horas e aguardar os termômetros subirem alguns graus. Só aguentei 30 minutos e percebi que, mesmo com algum calor a mais, não iria suportar o frio. Resolvi colocar todas as camadas e me preocupar com a lotação da mochilinha quando e se chegasse ao ponto de me despir. Antes de sair às 9:00 h mudei de ideia de novo e removi a camada interna, mesmo com as nuvens retornando. Acho que foi uma decisão sábia porque a temperatura subiu logo para níveis razoáveis. A rua de muito comércio, reta e comprida que dá acesso à região do hotel foi a antiga ligação leste-oeste da cidade romana Aurelianus Genabum, chamada de decumanus nos assentamentos da época. Na praça principal estava sendo preparado um grande evento ciclístico em comemoração à passagem do Tour de France pela região. Várias barracas traziam exposições de produtos dedicados ao esporte. O mais interessante foi a coleção de bicicletas antigas sob a estátua equestre de Joana dArc. Pelo que vi, o modelo de mais idade era de 1869. Na sequência passei por uma loja da FNAC e comprei uma bateria externa. Tentei perguntar para o vendedor qual a mais adequada, porém ele não quis se comprometer. Peguei uma no intervalo superior de preço e que aparentemente não era tão pesada. Tinha uma com energia solar, mas era um tijolo, tanto em tamanho quanto em peso. Estava voltando para a estação de trem para verificar a próxima transferência, porém não comprei nada. Os trens são frequentes e não achei necessária a aquisição antecipada. Quis entrar na internet, porém o sistema pediu para me cadastrar novamente. Não seria problema se não tivesse que definir a idade pelo calendário. Dessa vez só cheguei em 1999. Apenas após o registro pensei se poderia dizer que tenho um ano. Após acrescentar algumas informações ao diário, voltei para o centro. Parece que sábado é dia de muita festa em Orléans. Vários casamentos na Prefeitura e Catedral e primeiras comunhões. Além do protesto pela educação na frente do grande templo católico. Voltei para o hotel às 12:30 h para ver como funcionava o carregador. Consegui conectar direto no celular e transferir um pouco de carga como experiência, mas não tinha como ligar na parede. Voltei à FNAC para ver se precisava de mais um cabo. Não sei que confusão eu fiz de novo, mas quando cheguei na loja a simpática vendedora mostrou que o cabo que precisava era o que eu já tinha. Segui sob as arcadas da Rue Royal até as margens do Rio Loire. Caminhar ao longo do Rio se mostrou um excelente passatempo. A forte correnteza em direção ao Oceano Atlântico mostrou o motivo de a larga artéria não ser navegável. Várias embarcações de época estavam ancoradas ao largo e um caiaque usava a força das águas para fazer manobras. Os transeuntes usavam os diversos deques existentes para aproveitar o sol. Eu aproveitei um banco à sombra para acrescentar algumas linhas ao texto e fazer um teste real de carregamento com a nova aquisição. Acho que agora não vou poder mais reclamar da bateria. Não era o boné solar com que eu sonhava, porém resolvia o problema. Agora só faltava o Wifi portátil. Vou ter que arranjar um bolso maior para acomodar o celular e a bateria. É meio inconveniente ter que parar o passeio por pelo menos meia hora para aguardar o carregamento. Não sei se ficar interrompendo a carga constantemente vai prejudicar algum dos aparelhos. Mas não deve ser a melhor opção. De qualquer forma, resolvi dar por findo o teste e continuei o caminho. Antes, contudo, fui obrigado a recolocar o casaco pelo acúmulo de nuvens e o vento gelado. Descobri que o comprimento do cabo permitia caminhar com o carregador no bolso do casaco e o telefone no da bermuda. Agora, além de não poder reclamar, também não preciso parar de andar. Segui até a ponte seguinte, pela qual pretendia atravessar o rio, porém só havia uma ciclovia do outro lado da pista. Achei que não valia a pena e iniciei o retorno para o centro. Quando estava próximo à avenida da Catedral, me deparei com a passagem de uma pequena parada gay. Ela só seguiu até a igreja e se dispersou. Segui para o escritório de turismo onde comprei um ímã com o logotipo da cidade e um livreto com a história de Joana dArc. Peguei coca e água no supermercado e passei numa pizzaria para levar uma margerita para o hotel. Às 17:15 h estava de volta no quarto. Cheguei sob pingos grossos, que aumentaram de intensidade por 10 minutos e então cessaram. Às 17:30 h comecei a carregar o carregador para ver quanto tempo levava. Uma das quatro luzinhas ainda estava acessa e começou a piscar a segunda. A operação total levou quase duas horas.