Novamente saí cedo e não havia ninguém na recepção ou cuidando dos preparativos para o desjejum. Havia planejado como atividade inicial do dia a escalada das ruínas da acrópole de Kastelli, que ficam num morro atrás do porto. O mapa eletrônico e os outros em geral são bem discretos nas informações gráficas dessas ilhas e tinha pouca noção de como subir a colina. No início uma placa turística indica a direção genérica mas depois não há mais nada. Quando terminam as escadas, por que sabia que tinha que subir, tem início a coleção de pedras e arbustos espinhentos que define qualquer elevação rústica na Grécia. Em alguns pontos havia alguma sugestão de trilha, porém a maior fonte era o faro. Passei por diversos muros com cara de amontoados recentes de material rochoso, todavia enxerguei também vestígios de pedras de grande porte, posicionadas de forma apurada. Num canto do morro havia uma série de construções mais acabadas, no entanto uma grade impedia a passagem. Como a única trava era um cordão dando voltas pelo aço, tomei isso como convite e desamarrei o portão improvisado. Sem conhecimento para distinguir o que é novo do que é arcaico continuei andando pelo meio das pedras esparsas seguindo, inevitavelmente, uma trilha de cabras. Cheguei ao topo dominado pela Igreja de São Constantino com mais alguns pedaços de muralhas precisamente edificadas e de grande envergadura. Mas não há placa nenhuma e fica tudo muito ao ânimo do explorador. Foi um exercício ideal para a manhã de domingo ensolarada. As vistas do cume são amplas e sempre é possível juntar as partes e entender com mais clareza os mapas planos. Depois de uma hora investigando os resquícios iniciei a descida para subir o morro seguinte. É um pouco emocionante ficar procurando a maneira mais apropriada de enfrentar as pedras da descida e sempre gratificante quando se encontra a trilha com a grama mais amassada ou com pegadas humanas. O restante do dia foi um sucessão de praias. Entrei pelas ruelas que desembocam na baía Porto Mérika e subi outra elevação para observar a praia seguinte do alto. Mudei o itinerário, que se restringia à parte central da ilha, percebendo que era muito tempo para pouca distância. Estiquei o esforço até a terceira maior cidade, Kampos, com mais algumas praias no meio do caminho. Kampos é uma vila no interior da extremidade norte de Patmos cercada de muitas praias por todos os lados. Inicialmente havia pensado em fazer todas de uma vez mas percebi que era coisa demais. Selecionei então duas enseadas que ficam mais para um lado. Após passar pelo pequeno centro entrei na via que vai para São Nicolau. Acho que a primeira opção não foi a mais sábia porque ela parece não fazer parte do circuito turístico e nem apresenta atrativos, além de curiosidade agrícola. Cheguei até a metade da descida e fiquei satisfeito com a vista e surpreso com o verde fora de lugar. Esta ponta é a mais fértil da ilha e ver um campo plantado com tudo verde no meio de tanta pedra e terra ressequida não deixa de ser surpreendente. Voltei para a bifurcação e segui para a segunda escolha, bem mais atraente para os visitantes. Contudo, também não desci até o nível da água. No desespero de completar as possibilidades desse lado resolvi conhecer mais algumas baías e concentrar a continuação do passeio daqui a dois ou três dias apenas na ponta mais distante da ilha. Iniciei o retorno às 15:30 h com expectativa de enfrentar mais duas horas de caminhada. Com o auxílio da companhia consegui a presença do Jacob e pude pagar minhas diárias. Como ele perguntou se eu estava satisfeito e aproveitando o café da manhã falei que tenho saído cedo e descobri que o serviço funciona entre 8:00 h e 10:00 h. Talvez me anime para experimentar pelo menos uma vez.