Depois de vários dias consegui sair do quarto antes das 7:00 h. O sol ainda estava na Eslovênia, atrás das montanhas mas uma nuvem cobria boa parte do horizonte italiano e me assustou. Apesar dela iniciei a longa caminhada torcendo para que o vento fizesse sua parte. Alguns quilômetros depois da estação de trens tinha início o balneário de Barcola, aquele em que as pessoas gostavam de se espalhar nas calçadas e gramados para tomar sol. Nesse horário, contudo, não havia praticamente ninguém. Como estava repetindo o caminho de dois dias atrás e não pretendia visitar o Parque de Miramare dessa vez, fiz o desvio pela estrada que subia o morro para evitar a escadaria que encontraria mais à frente, na saída da cidade de Grignano, a seguinte na sequência da orla. A rodovia, depois da subida inicial, continuava por vários quilômetros no plano e, se prosseguisse além da descida em que entrei, chegaria na Costa dos Bárbaros, a praia mais conceituada desta parte do litoral ao norte de Trieste. Já havia tentado conhecê-la anteriormente mas, após passar bom tempo indo e vindo para encontrar a trilha de acesso, acabei desistindo de procurar. Pela internet descobri que era realmente complicado chegar ao local e que a descida demandava perícia e boa-forma. Achei que não valia a pena andar mais seis quilômetros além dos quatorze que já havia percorrido e virei numa rua que ia até a praia de Filtri que me pareceu, quando passei por ela na primeira visita, a mais acolhedora. Além do acesso fácil, não havia gente demais e tinha bastante pedra para escolher. Encontrei um lugar que poderia ser melhor mas, em observação mais cautelosa, em poucas rochas havia espaço suficiente para abrir a toalha totalmente. Passei cinco horas despreocupado, observando os penhascos e o movimento marítimo. Foram mais duas horas e meia para a caminhada de retorno e meia hora dando a volta de despedida pelo centro.