O final da viagem estava drenando as últimas gotas de energia. Saí do quarto às 9:00 h com uma sacola cheia de garrafas vazias para trocar na máquina de reciclados pelo vale que pode ser usado em compras. Após esta urgente tarefa fui sentar numa sombra do Jardim Barrakka Inferior. A esperança inicial era ter coragem de caminhar até os penhascos no fim da península para tomar um pouco de sol. Mas nem esta atividade atraía. Pensei em uma série de micro visitas para passar o tempo mas nada era tão atraente quanto ficar sentado na sombra sem fazer nada. Entrei e saí de diversos cochilos curtos, e a preguiça continuava. Era tentador olhar para o outro lado da baía, onde diversas pessoas se estendiam sobre as pedras lisas das margens aos pés do Forte Saint Angelo. O problema era a falta de iniciativa para pegar a barca eficiente e atravessar o breve espaço do Porto Grande. Se não fosse pela intervenção do guarda às 13:00 h, teria continuado naquele banco pelo resto da tarde. Estavam preparando a recepção de um casamento e todos os visitantes tiveram que deixar o local. Dei mais algumas voltas pelo centro, passando na frente do Palácio do Grão-Mestre, onde morava o presidente. Na praça da República estava sendo montado um palco e uma assustadora concentração de estudantes se aglomerava por todos os cantos. Uma das atrações principais de Valeta, o Salão das Armaduras, que fica no interior do edifício do governo, estava fechada passando por uma longa renovação. Encontrei outro banco na sombra com vistas magnificas dos detalhes arquitetônicos do palácio presidencial. Mais algumas voltas e fui parar na Biblioteca Nacional. Quando achei que valia a pena tentar a entrada, reparei que havia fechado alguns minutos antes. E domingo não funciona. Se não tem biblioteca, tem livraria. Já havia adquirido alguns títulos publicados pelo instituto que gerencia o patrimônio arqueológico de Malta, porém restavam algumas obras de história e foi isto que fui procurar na loja em frente ao Museu de Arqueologia. Acabei caindo na realidade e me controlei um pouco. Mais pelo peso do que por qualquer outro motivo. Ainda decidi entrar no Museu de Arte, incluído no ingresso de 30 dias. Ele fica no edifício adaptado do antigo Albergue da Itália e internamente não dá para perceber que o local é tão antigo e histórico. A renovação modernizou bastante o prédio e acho que só sobrou a casca do original. Na falta de um nome de peso, tem muitas pinturas baseadas, ou do ateliê, ou controversas de algum pintor famoso.