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Dentre as várias opções de atividade que havia imaginado para o último dia em Paleochora fiquei com a que envolvia menos deslocamento. Resolvi apenas caminhar pela orla para o lado ainda não conhecido e verificar a condição das praias. A viagem marítima para locais próximos, que já não contava com grande entusiasmo, ficou inviável quando acordei pelo segunda vez apenas às 8:15 h, não deixando tempo hábil de preparação para a partida do barco em quinze minutos. Quando deixei o quarto a embarcação já estava navegando. Iniciei a pequ

ena caminhada e fui até o final da curta praia para continuar seguindo ao longo do litoral. Não havia reparado no mapa que a estrada saia de uma rua paralela à orla e me deu uma grande preguiça de fazer o esforço irrisório. Optei por andar de volta para o centro e procurar um local que me agradasse nos rochedos que protegiam a península. O único que encontrei estava ocupado por um casal de gaivotas que não se conformava com a intrusão de um estranho em sua propriedade. Conformado em não incomodá-las contornei toda a ponta até cheg

ar à praia de areia do outro lado. Pensei em esticar até a bela praia de Plakaki em que estive há dois dias mas, além dos três quilômetros que não estava com vontade de percorrer, pensava em visitar um local novo. Esqueci a preguiça e retomei a alternativa original. A distância era um pouco maior mas a ideia de caminhar não me assustava mais. A rodovia vicinal pavimentada foi substituída por uma de chão batido porém não havia muitas subidas e o percurso carroçável todo se deu praticamente no nível do mar. Passei por alguns trechos

de longas praias forradas por pedras de todos os tamanhos e atingi o fim da rota na Praia de Anidri. Havia continuação para a cidade de Sougia, dez quilômetros para frente e primeira parada da rota marítima. Contudo esse era mais um trecho da grande trilha que atravessava a ilha e eu não estava disposto a enfrentar mais tal tipo de percalço. Dei meia-volta e tratei de encontrar um recanto entre alguns rochedos isolados. Desde a metade de junho o sol já estava bem quente e a incômoda ventania que me atrapalhou em Plakias não se re

petia aqui. O único refresco foi passar a tarde entrando e saindo da salmoura, tentando não queimar os pés nas pedras ferventes. O mar incrivelmente transparente oferecia visão perfeita do maravilhoso fundo rochoso que exigia, contudo, cuidado extra para não escorregar no limo acumulado ou perder o equilíbrio no solo irregular. Não pude evitar sair da praia carregado com diversos exemplares. Ao longo do dia alguns carros foram parando na rodovia e pessoas desciam para aproveitar o sol, transportando esteiras, toalhas, cadeiras, bo

ias e guarda-sóis. O grande espaço, no entanto, garantia a privacidade de todos. Quando estava me preparando para tomar banho no retorno ao hotel o Stélios bateu na porta oferecendo o recibo das diárias, prática constante entre os proprietários de pousadas. O fisco grego deve exercer muito controle sobre esses estabelecimentos. Não aguentei e quis esclarecer minha dúvida a respeito do nome do dono. Pelo que entendi o completo é Stelianós que, na Igreja Ortodoxa, quer dizer protetor das crianças. A outra é a forma familiar reduzida.