A viagem rodoviária de duas horas e meia para Sarajevo começaria às 9:00 h e desde as 6:00 h eu já estava acordado. O motorista subiu uma serra ao longo do curso do Rio Neretva com altas montanhas de ambos os lados. Foi um trecho muito bonito e verde. O trânsito acarretou um atraso de quinze minutos na entrada da capital, principalmennte pela quantidade de cruzamentos com farol. O centro e o hotel ficam a três quilômetros do terminal de ônibus e a caminhada levou meia hora pelas ruas quase retas que se estendem de um extremo ao outro de uma cidade que parece uma longa tripa plana entre as montanhas e ao longo do Rio Miljacka (leia miliátsca). A manhã estava bastante nublada, o que ajudou num percurso que poderia ter sido cansativo sob sol forte. Contudo, parece que vou ter que conviver com a instabilidade pelos próximos três dias. Achei curioso que a memória do Marechal Tito não tenha sido totalmente defenestrada de Sarajevo. A principal avenida do centro leva seu nome ainda hoje. Na região da hospedagem fiquei um pouco perdido, apesar de ter o endereço e a ajuda do mapa eletrônico. Como vim a descobrir a entrada fica num beco depois do desvio da rua de pedestres cheia de bares em que estava. A identificação ficou facilitada após a aparição, como do nada, do proprietário. O apartamento é um conjunto de cômodos confortáveis e espaçosos anexo à residência do Ademir. Não dá para chamar a cozinha de outra coisa que não um canto para a geladeira e pia, mas é suficiente. Uma pequena área comum ao relento serve de entrada para as duas moradias. Saí às 14:00 h para encarar em primeiro lugar uma subida puxada para observar a cidade do alto. Pensava em parar na Fortaleza Amarela, um mirante, porém resolvi estender a escalada até o Forte Branco. A vista da cidade no vale e das rodovias saindo através das montanhas é espetacular, apesar da cobrança de um ingresso caro apenas para garantir a visão panorâmica. Na descida confirmei o local e horários dos ônibus para o aeroporto e andei um pouco pelo centro, que é o remanejamento de várias hospedagens de caravanas medievais, cercadas por mesquitas e banhos turcos. A influência otomana é grande na Bósnia e, como em Mostar, diversas lojas comercializam objetos de metal e couro. Muitas das lojas ocupam espaços nos bazares remodelados e eles também gostam muito de joias. O supermercado fica na esquina e, apesar de ser da boa rede que tenho usado, é muito apertado e com pouca opção.