Desci às 7:00 h para tomar o café da manhã no refeitório do térreo que, contudo, só abriu meia hora depois. A refeição foi razoável e talvez seja uma das poucas atividades que vou me dispor a fazer nesse fim de mundo. Pelo menos o quarto é bom, com uma varanda agradável, apesar de gradeada. A minha vista não é tão privilegiada, defrontando mais o interior da vila. Cada um dos dois andares tem, no entanto, uma ampla sala de estar com visão frontal da baía. O céu continua bastante nublado e as vias amanheceram molhadas. Há muitas praias na região porém são longe na maior parte e para sua visita é aconselhável a compra de pacotes turísticos, o que está longe do meu objetivo. O mais provável é passar outra semana sem me distanciar muito do hotel. A internet me enganou na primeira impressão e parece ainda pior do que nas duas hospedagens anteriores. Também não tenho ilusão quanto a encontrar um livro para ocupar meu tempo. Deixei o quarto às 9:00 h seguindo o instinto que me atraía para a longa ponte que liga algumas ilhas da baía ao continente. Antes porém segui para o lado contrário pela avenida costeira. No final havia um grande grupo de guias turísticos e veículos de todos os tipos, provavelmente aguardando os passageiros do grande navio de cruzeiro que ancorou ao largo esta manhã. De volta ao centro encontrei um banco de ferro numa sombra e sentei para apreciar o movimento. Havia muitas lanchas zarpando cheias de turistas. Cheguei bem na época privilegiada pelas baleias para cuidar de suas crias nas águas mornas da região, fugindo do frio da América do Norte. Samaná existe em função desses três meses de refúgio natural dos cetáceos. Por mais aversão que tenha a esse tipo de atividade acho que não vou poder deixar escapar a oportunidade de participar de um desses passeios imperdíveis. Uma nuvem mais pesada resolveu soltar seu conteúdo bem quando eu estava atravessando o tramo mais longo da ponte. Não tive como evitar chegar ao outro lado encharcado. Foi com extrema surpresa e alegria que, ao chegar ao hotel, descobri que a rede está funcionando perfeitamente, inclusive me deixando transmitir os arquivos e imagens. Deve ter vindo algum técnico dar um jeito. Não é possível que tanta diferença se deva apenas à instabilidade. Espero que continue assim até a partida. Encontrei algumas opções razoáveis de supermercado no centro que parece mais um hospício de tão caótico e barulhento. A região dos turistas é mais calma. Só faltou um pouco mais de lugar na micro geladeira.