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La Rochelle - sáb 22/jun/24 * 12,61 km * (71 fotos)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

Fachadas medievais - La RochelleEstava virando tradição demonstrar a preguiça levantando às 7:00 h para colocar o cartão na porta e voltar para a cama. A previsão não ajudava, indicando possibilidade razoável de chuva na parte da manhã. Continuei deitado até 11:00 h, quando decidi me mexer. A vista pela ampla janela não era de todo ruim, com o sol descobrindo algumas brechas de vez em quando. Para esquecer do frio, tentei me concentrar no grande movimento das infindáveis barracas para vendas de produtos alimentícios dentro e ao redor do Mercado. Entrei numa maravilhosLoja de natureza - La Rochellea loja de natureza, com todo tipo de produto, como canivetes e telescópios, higiene e bem-estar, alimentação, decoração, incríveis livros de viagens e aventuras, invenções, jogos cientificos e muito mais. Ficou registrada a vontade de comprar um livro da história da cidade e região em quadrinhos. Seguindo a tradição de Tintim e Asterix, os franceses eram fascinados por tirinhas e histórias em quadrinhos e existiam lojas enormes especializadas apenas neste tipo de literatura em todo o país. Parece que La Rochelle era o tipo de cidade delPrefeitura - La Rochelleiciosa de andar sem destino. Em cada esquina, uma curiosidade. Após uma curva, dei de cara com o grandioso edifício da Prefeitura, com origem em 1298 e reconstruído em 1490, com o objetivo de simbolizar os privilégios e autonomia alcançados pela vila ao longo do tempo. Após o incêndio de 2013, uma grande restauração retomou o esplendor das fachadas e interiores. La Rochelle teve parte importante, assim como Saint-Malo, na colonização do Québec, de onde os navegantes traziam peles. E também usavam o sistema de escravidão. O Porto Velho ePátio da Prefeitura - La Rochellera protegido por três torres erigidas no séc. XIV. A Torre São Nicolau e a Torre da Corrente flanqueavam a entrada do porto e impediam o acesso através do içamento da barreira metálica que dava nome a umas das construções. A Torre da Lanterna, alguns metros adiante, servia de farol e observatório defensivo. Estava disponível um ingresso para as três estruturas, no entanto, pretendia fazer a visita em dia de clima mais ameno. Às 14:00 h não aguentei mais. Tive que voltar para o hotel para me vestir. Imaginei que os mormaços esporádicos fDetalhe na Prefeitura - La Rochelleossem evitar a medida drástica, mas não teve jeito. Ao chegar estavam desmontando a feira na frente do Mercado. Claro que foi só colocar o pé na rua para começar a sentir calor, com o céu aberto de repente. Estava continuando a visita quando fui bruscamente interrompido pela percepção de que estava em plena realização a gigantesca Festa Marítima de La Rochelle. Notei o primeiro sinal quando vi pessoas se acumulando na escadaria para a Torre São Nicolau. O muro de segurança era muito alto, porém vários curiosos estavam de pé sobre o corrTorre do relógio - La Rochelleimão de ferro olhando por cima da parede. Não podia deixar passar a oportunidade e também tentei subir. Mas a idade não permitia. Um allez-y e um forte empurrão me ajudaram a trepar na barra de ferro e assistir a apresentação que acontecia do outro lado. Logo apareceu a recepcionista da torre intimando todos a descerem do poleiro. Não satisfeito dei a volta pelo meio da grande aglomeração para observar com mais atenção o conjunto folclórico. Em vários lugares havia lido sobre a transferência de bretões para a região e a banda que se aprPorto Velho gastronômico - La Rochelleesentava me lembrou muito as performances que havia visto na Bretanha há dois anos. Muita gaita de fole e clarineta, com o conjunto uniformizado e o nome do grupo gravado no bumbo. Usavam a palavra Bagad, a mesma utilizada para identificar os grupos tradicionais da Bretanha. O som cativante e repetitivo atraía um público enorme, o que justificava as pessoas se debruçando sobre as alturas para acompanhar. Havia uma série de tendas com apresentações tradicionais do interior da região, com vestimentas, comidas e tradições em demonstração. Tendas da Festa Marítima - La RochelleA região, de forte influência marítima, ensejava a apresentação de artesãos aplicando suas técnicas no feitio de nós e criação de cordoames. Nada disso era, contudo, a parte principal da Festa Marítima. Um portal dava acesso à área com inúmeros quiosques comercias com todas as atividades relacionadas ao mar e à navegação. Isso acontecia em volta de uma marina com diversos barcos enfeitados abertos à visitação. Filas enormes se formavam nas atrações mais populares, que eram os grandes veleiros de três mastros, incluindo um representante Entrada do Porto Velho - La Rochellede Portugal. Outros conjuntos musicais tocavam nas calçadas estreitas demais para tanto público. A passagem em fila indiana atrás dos carrinhos de bebê e cadeiras de rodas motorizadas era quase impossível. Desviando um pouco da Festa passei na frente do Aquário e, mais além, pelo Museu Marítimo, que me deixaram com vontade de entrar. Continuei pelo canal que ligava o Porto Velho à baía e encontrei outra marina, muito maior do que a protegida pelas torres. De volta ao centro não pude deixar de constatar que La Rochelle era encantadora.