Como tudo estava pronto e vinha acordando desde as 4:00 h só restava esperar na cama pelo horário de saída. Ontem, ao ir para a praia, passei no estacionamento ao pé da areia bem na hora em que aparecia um ônibus local. Confirmei com o cobrador que ele ia para a rodoviária e fiquei mais tranquilo por não ter que caminhar tanto e tão cedo. Ao olhar pela pequena janela do banheiro na direção do nascer do sol reparei que havia muitas nuvens escuras e ameaçadoras. Como estava com tempo achei melhor andar um pouco mais até a esquina de cima, onde havia uma bar que serviria de proteção em caso extremo. Não foi necessário e esperei apenas cinco minutos até surgir uma perua. Era bem mais apertada que o transporte grande que havia visto ontem porém a pressa de chegar em local mais acolhedor foi um empurrão para me espremer entre os muitos passageiros. Encontrei um assento duplo para encostar as duas mochilas e apenas torci para não entrar muita gente mais. Em vinte minutos cheguei no terminal rodoviário em que, por apenas um quarto de hora, não pude pegar a ligação anterior, das 7:00 h. Cheguei a pensar em me aventurar na viagem desconhecida pela qual teria que tomar a balsa para atravessar a baía de Samaná mas preferi não correr riscos, especialmente com o clima incerto. Já li relatos de que a travessia marítima pode ser bem conturbada, dependendo do barco e das condições do mar. A partida foi pontual e depois de vinte minutos aconteceu a primeira parada. Os lugares vagos, que eram muitos, sumiram totalmente. Fui surpreendido quando o cobrador apareceu no andar de cima do veículo na entrada da capital anunciando uma parada que ia justamente para o meu destino final. Só que aconteceu tudo muito de repente e não tive tempo de decidir com agilidade suficiente. Teria economizado vários quilômetros de trânsito no centro além da caminhada de vinte minutos para trocar de terminal. Contudo, não teria adiantado muito porque já havia passado o horário da saída anterior e a seguinte seria apenas às 14:30h. Fiquei com medo do tempo feio que acompanhou o motorista durante toda a viagem porém, quando desci no ponto final, um intervalo azul em sinal de trégua me possibilitou um trajeto tranquilo e seco até as plataformas na nova empresa transportadora. Pelo folheto dos destinos que havia recebido na visita anterior teria a opção de escolher entre as partidas das 13:30 h e das 14:30 h, com a diferença de que uma dava a ideia de ser mais direta. A vendedora, no entanto, disse que só havia a segunda alternativa, por alguma razão incompreensível. A duração estimada do percurso era de duas horas e meia. Não considerava que a chegada mais tarde fosse causar algum problema porque Samaná é uma cidade bem pequena e o hotel é central. Às 15:00 h o condutor fez uma rápida parada no terminal pelo qual havia passado antes e, mesmo com novos passageiros abordando, não foi preciso ceder a poltrona da mochilinha. E foi ali que caiu a primeira chuva. A rodovia de pista única atravessa um parque nacional, é cheia de curvas e permite velocidade máxima bastante reduzida. Tudo isso ajudou a esticar a duração otimista feita pela funcionária e cheguei em Samaná meis hora mais tarde do que havia imaginado. O hotel é bom mas sempre falta alguma coisa importante. Dessa vez foi com a internet, que é geralmente o que me incomada mais. A conexão é boa porém é daquelas que não permitem a atualização do meu servidor. Por enquanto não dá para colocar nada no diário. Saí no final da tarde para dar uma volta pelo centro, sempre procurando alguma rede aberta, sem sucesso na empreitada. Talvez tenha que entrar em restaurantes algumas vezes. Já estava bem escuro e a cidade não é muito bem iluminada. Também queria encontrar um supermercado mas parece que esse vai ser mais um problema.