Às 5:30 h teve inicio o movimento de despedida de Plakias. Com bastante antecedência comecei a recolher os restos de comida e empacotar tudo para a longa viagem do dia, dividida em três pernas. Pretendia me mudar para outra cidade no sul da ilha, contudo, essa região acidentada, atravessada por profundos desfiladeiros, não tem ligação direta e seria necessário continuar o ziguezague. O ônibus de volta para Rethymno partiria às 7:00 h e eu não tinha intenção de caminhar carregado até o centro longínquo mas aguardar numa parada no meio da estrada perto do hotel. Não achava que teria problema e, com três minutos de atraso, o motorista passou em direção ao final da linha, onde faria o retorno. Por vinte minutos fiquei parado no ponto infestado de moscas. Ao chegar em Rethymno o condutor não entrou no terminal mas passou direto e só foi parar do outro lado da cidade. Tive que fazer todo o caminho de volta a pé e entrar numa fila grande para comprar a nova passagem. Imaginei que poderia adquiri apenas uma para os dois trechos restantes porém esse não foi o caso. Teria dado tempo de pegar o ônibus das 8:00 h para Chania (leia rraniá) se a bilheteira fosse mais ágil com os passageiros a minha frente. No seu ritmo perdi o ônibus que acabava de partir assim que recebi o bilhete e tive que esperar uma hora pelo seguinte. Pelo menos era o mesmo que havia planejado pegar originalmente e não faria diferença porque teria que aguardar na outra conexão de qualquer jeito. Em uma hora estava no grande terminal de Chania comprando a última passagem do dia. Descobri que havia um serviço duas horas antes do que tinha conhecimento, pegando assim o das 10:45 h. Com isso estaria em Paleochora (leia paleórrora) bem mais cedo do que imaginado, inclusive antes do horário de disponibilização dos quartos às 13:30 h, já que os setenta quilometros deveriam ser percorridos em pouco mais de uma hora. O condutor precisou de quinze minutos a mais do que eu havia calculado para atravessar a região montanhosa, por uma rodovia sinuosa e oferecendo belos panoramas, em direção ao lado sul da ilha. Mesmo assim ainda cheguei com mais de uma hora de antecedência. Inevitavelmente bati com a cara na porta. Havia um papel informando números de telefone para contato, o que para mim era inútil. Felizmente, após cinco minutos dando voltas pela propriedade, apareceu a faxineira que destrancou a recepção e chamou o dono, Stélianos. Provavelmente ele é vizinho porque no tempo de eu colocar as mochilas para dentro a moto estava estacionando na porta. Após me mostrar os detalhes não quis aceitar o pagamento antes do último dia e foi embora. Às 14:20 h, depois de recarregar a bateria do celular e estudar minha nova situação, saí para a visita inicial. Paleochora fica numa península com praia dos dois lados, a maior delas de areia e a outra de pedra. Entre elas fica o pequeno centro e a fortaleza veneziana. Na ponta foi construído o porto, de onde partem passeios para diversos balneários da região. Contornei o litoral de um dos lados mas não fui muito longe. Pretendia armazenar energia para algumas longas caminhadas que deveriam acontecer nos próximos dias. Depois de ficar frustrado com os dois acanhados mercados perto do hotel, que estavam inclusive fechados, encontrei um decente na avenida da praia de areia, que também não fica muito afastado da pousada. Aqui nada é muito afastado para quem se restringe à cidade. A internet esteve excelente. A melhor até agora.