Hoje consegui descer no horário, mas a refeição, apesar de variada, continuou não empolgando. Dormi mais um pouco e saí às 9:30 h sem muita noção de destino. Andei pelas avenidas amplas da margem do centro histórico, passando pelo Teatro do Povo e a Praça Carlos, com sua igreja marcada pelas duas colunas espirais na frente. Aguardei o fim da missa para apreciar o templo com mais atenção. Enquanto isso dei umas voltas na praça para ver as fachadas do Musikverein, que apresenta concertos musicais típicos e o Albertina Modern, com exposições de arte moderna. Quando entrei na igreja pela primeira vez, um cartaz informava que durante o serviço religioso não haveria visita. No entanto, quando retornei, as portas estavam fechadas e fiquei apenas com a visão inicial. Segui pelo Naschmarkt, um mercado famoso da cidade, totalmente vazio neste horário, com apenas algumas restaurantes abertos e poucos comensais. O mercado fica sobre a parte canalizada do Rio Viena, que sempre me pareceu degradada. Imaginava que em vinte anos eles já tivessem feito alguma coisa para tentar reorganizar a área. Estão construindo uma nova linha de metrô, porém não vi nada em relação a revitalização do entorno. Seguindo sobre o rio tampado, que perdia a tampa após algumas centenas de metros, pretendia chegar na estação de trem do oeste, a que usava quando viajei para cá das outras vezes. Um pouco além fivava o parque do Palácio Schönbrunn. Ele era gigantesco e as opções de ingressos para mim pareceram meio confusas. Sem saber por qual optar, resolvi conhecer a parte gratuita dos jardins. Era comum para as famílias de posse da época adornarem suas áreas de lazer com falsificações cenográficas de templos e ruinas da antiguidade greco-romana e egípcia e um exmplo de grandes proporções foi deixado pela família dos Habsburgos na sua residência de verão. Alem de pagar para entrar no palácio, os visitantes poderiam tambem gastar € 19,00 para se divertir na piscina pública. Imaginava que fosse um acréscimo moderno. Cheguei ao topo da Colina Schönbrunn, onde foi construída a Glorieta, na época de Maria Teresa e seu filho José II, para observação da cidade na distância. Havia duas formas de descer. Um caminho mais ou menos reto pelas laterais ou um em ziguezague pelo centro. À medida que descia, ia pensando no desleixo do Parque em manter aquele matagal. Foi então que percebi uma placa na rota central e mudei o caminho para poder ler. Apesar de estar escrita apenas em alemão, deu para entender alguma coisa. Quando a região foi desenvolvida em 1765 a Imperatriz deve ter sido alertada por seus assessores sobre a importância daquele pequeno bioma para a vida dos insetos, que serviam de chamariz para animais maiores e aves. Desde então, conforme desejo da Imperatriz, a colina era aparada apenas três vezes por ano, tradição mantida até hoje. A maioria das pessoas optava pelo caminho reto das laterais, mais curto e sob sombra. Poucos usavam o percurso enviesado, que foi criado para facilitar o tráfego de cavalos, que não teriam que enfrentar ladeira para subir ou descer. Mais uma vez senti como era perigoso fazer julgamentos antes de conhecer todos os fatos. Depois de quatro horas andando pela parte gratuita do parque, selecionei os recintos que gostaria de ver. Estufa das Palmeiras, Estufa do Deserto, Jardim do Príncipe e Labirinto, todos tinham ingressos individuais ou combinados. Ainda havia outros jardins, os apartamentos imperiais e o zoológico, o mais antigo do mundo. Contudo, ver tudo de uma vez seria muito cansativo. A última parada foi a Fonte de Netuno com seu conjunto de esculturas. Deixei a visita ao centro para o dia seguinte e iniciei a caminhada de volta para o hotel. No caminho parei numa pizzaria para levar uma Margherita para casa.