Pela primeira vez na Escandinávia peguei uma internet razoável num hotel. Elas costumavam ser boas ou excelentes, mas a de Stavanger exigia repetição da mesma operação diversas vezes antes de funcionar. Enquanto definia o roteiro em São Paulo, não tinha conhecimento das atrações da cidade do sul da Noruega. Com as pesquisas, percebi que ela era base para diversas trilhas para apreciar as montanhas ao longo do fiorde. A mais famosa era a que subia a Pedra do Púlpito. Pelas informações e imagens, não parecia ser uma subida muito difícil, apesar da altitude de seiscentos metros. Dois fatos, porém me deixavam reticente. A necessidade de ir de ônibus até a base e, principalmente o clima instável no topo, que podia mudar de um momento para outro. De qualquer forma, já havia praticamente descartado a aventura. Ao acordar às 7:00 h decidi que, mesmo com o tempo limpo, hoje seria um dia de inatividade. Virei para o lado e continuei dormindo até o meio-dia. Não consegui resistir. Decretei greve e passei a tarde toda no quarto debaixo das cobertas, jogando no celular. Sentia a maior vergonha olhando pela janela para o dia ensolarado, porém o ânimo de sair havia desaparecido. Não tive coragem nem de ler. O consolo era que sabia que estava muito frio do lado de fora e teria que vestir várias camadas de roupa.