Apesar de ter levantado um pouco mais tarde não me senti tentado a desviar do planejado e às 8:00 h já havia iniciado o primeiro trecho da caminhada até o outro lado da ilha. Logo na parada inicial para começar a digitar o diário um dos milhares de gatos vira-lata que vivem na Grécia veio demonstrar sua carência e insistentemente se esfregar implorando por cafuné. Uma forma alternativa de entender o episódio é invertendo os papéis. Dizem que os gatos são bichos independentes mas bastantes sensitivos e se aproximam de pessoas com energia negativa. Talvez eu estivesse necessitando de descarrego. Voltei à baía de Gourna para conhecer a margem que ficou faltando e o balneário daquele lado é Kokkali (leia cócali), cuja atração é a ilhota sobre a qual foi erigida uma igreja dedicada a Santo Isidoro. A ligação é feita no seco por uma passarela de concreto construida através das águas. O vento, que continua forte, não estava impedindo a passagem. O roteiro incluía a partir dalí um trecho de terra de quatro quilômetros contornando o morro das turbinas eólicas para chegar na praia de São Nicolau. A boa largura da via permitiu fácil travessia com o único inconveniente de ter que segurar o chapéu em alguns pontos. Essa praia quase me prendeu por algumas horas, porém decidi completar o itinerário planejado com antecipação. O passeio rural me deixou de volta na rodovia principal em que virei para o lado do aeroporto perto de onde duas outras praias me aguardavam. Agia Kioura (leia aía quiúra) fica num acampamento mantido pela Igreja Ortodoxa e as tendas e refeitório estavam cheios de hóspedes.. Pouco adiante fica a extensa Blefouti (leia blefutí, se o meu francês não estiver muito torto) no fundo de uma bela enseada. Às 14:00 h iniciei o retorno dos dez quilômetros que deviam tomar duas horas e meia de caminhada.