19/jun/23

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21/jun/23

Subi para o café da manhã num clima de extrema preguiça. Voltei para a cama e só acordei às 9:30 h por causa de um apito do celular, com vontade de continuar deitado. Ainda faltava conhecer muita coisa na ilha, mas tudo indicava que não seria hoje. A fadiga estava tornando muito simples a entrada em sono profundo e, para tentar alguma reação, era claro que não poderia permanecer na cama. Com esforço, me preparei para deixar o quarto e procurar algum jardim para espantar a modorra. Em menos de dois minutos após sair, entrei no vizinho Jardim Barrakka Superior, com surpreendentemente pouca gente e achei uma banco vazio à sombra. É verdade que estava na parte externa, concretada e cercada pelos arcos, mas dava para ter uma visão restrita das plantas no centro do recinto. Atualmente o local servia para reunião de turistas e o tiro de canhão do meio-dia e das 16:00 h, porém já fez parte das instalações de defesa da capital, auxiliado pelas extensas vistas do porto ao redor. Após uma hora e meia recuperando as energias, o passeio do dia pôde começar a tomar forma com uma ligeira caminhada ao redor do promontório. Verifiquei as barcas no terminal próximo, contudo todas iam para Gozo, enquanto eu procurava as de Comino, a menor das ilhas. Segundo a funcionária de plantão, a saída que desejava partia de Sliema. Na ponta da península, entrei na bilheteria do Museu da Guerra para trocar o ingresso de 30 dias pelo cartão de acesso. Este era o tipo de instituição que normalmente não me interessaria, porém a entrada gratuita e a lenta volta do espírito à normalidade incentivaram a visita. As explicações distribuídas pelas muralhas eram bastante instrutivas e combinavam muita história do arquipélago. Já considerava válida a entrada, contudo esta era apenas a fase inicial do percurso. A passagem pelo portão Vitória dava acesso ao interior do Forte e às salas de exposição. Antes mesmo de chegar à Praça de Armas, surgia à pequena Capela de Santa Ana, criada para abrigar a imagem da santa trazida pelos templários quando se mudaram da Ilha de Rodes para cá no séc XVI. Diversas construções militares dentro da fortaleza foram convertidas para receber os painéis informativos e as coleções museológicas. Foi uma verdadeira aula de história, discorrendo sobre as origens do povo maltês, e pontos relevantes de sua existência. Sete pavilhões ressaltavam algum aspecto ou época e grande ênfase era direcionada às brigas entre cristãos, representados pelos Cavaleiros da Ordem de São João, e os muçulmanos que, no período medieval causavam tanta inquietação na Europa. Foi bastante diferente do que esperava para um museu dedicado à guerra, com apenas os blocos finais dedicados aos conflitos recentes. Foram três horas que conseguiram levantar meu ânimo.