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Brest - ter 19/jul/22 * 15,4 km * (48 fotos)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

Parque em frente ao Castelo - BrestComo previsto, as nuvens chegaram, o calor diminuiu e as ruas estavam molhadas. Levantei às 8:30 h com um esboço de planejamento na cabeça. A primeira atividade seria a visita à estação ferroviária. Passei bastante tempo ontem à noite tentando comprar passagens pela internet, sem sucesso algum. Além da rede instável, parece que a página da SNCF teve problemas. Não acho que vão por a culpa na onda de calor dessa vez. O café da manhã aqui é pago e eu não estava interessado. Cheguei ao terminal de trens e me dirigi às máquinas de venda. Após várias tentativas me convenci de que teria que falar com um vendedor. O problema é que a bilheteria só abriria em uma hora. Segui então para o Castelo para a adiada visita ao Museu Naval, cujo guichê ainda não estava funcionando. Me aproximePátio interno - Bresti da Torre principal de onde fui rudemente expulso pelo zelador. Além de estar fora do horário, esta é também uma área militar e não esperava que fossem me tolerar. Contudo a grosseria francesa não tarda a se apresentar. Com um sol parcial garantindo a improbabilidade de garoa, fui sentar no parque próximo para aguardar a meia hora e estudar o mapa turístico oferecido pelo terminal rodoviário. Quando voltei havia uma pequena fila na entrada e pude pagar o ingresso, que inclui um excelente audio-guia, com o cartão VTM. O Museu Naval ocupa o torreão do Castelo de Brest, construído pelos duques da Bretanha no séc. XIII. O Museu esclarece a história do desenvolvimento marítimo iniciado no período do rei Luís XIV e do Cardeal Richelieu, seguido por Colbert. Nessa época foi dada grOrgulho francês - Brestande importância à presença da França nos mares. O país se envolveu em descobertas científicas, explorações e batalhas com a Inglaterra para defender a aliança na Guerra de Independência Americana. Houve tempos em que os franceses demonstravam seu orgulho pelas vitórias navais até mesmo no penteado da corte. O tempo piorou bastante durante a visita e o frio estava intenso. A apresentação do museu é muito boa, misturando detalhes arquitetônicos do Castelo com as proezas náuticas francesas. A exposição se detém bastante no aspecto construtivo dos barcos com todas as especialidades requeridas e em seu desempenho pelos vários artesãos. As margens do rio eram repletas de oficinas, sendo o Ateliê dos Capuchinhos, que visitei ontem, uma das fábricas usadas. Também havia uma enorme pDecoração naval - Brestrisão que fornecia a mão de obra para os serviços mais pesados. Pretendia continuar o passeio do outro lado do rio mas achei que o tempo não estava totalmente confiável para permitir uma caminhada ao ar livre. Voltei para a estação ferroviária para dar mais uma chance aos terminais eletrônicos. Como das vezes anteriores, foi tudo em vão. A última possibilidade estava na porta ao lado e fiquei na espera por uma atendente livre. Não foi tão simples e ainda não entendi direito o que aconteceu. A vendedora não encontrava o registro do meu cartão de idoso. Apresentei a passagem da vinda pelo TGV e isso talvez tenha auxiliado. No final saí com bilhetes para os dias 21 num regional, e 25 no rápido, pagas com o cartão VTM. Ainda teve o problema de eu não ter falado inicialmente, do qRio Penfeld - Brestue ela reclamou, que pretendia fazer o segundo trajeto, o do TGV, em primeira classe. O acréscimo foi de € 2,00, também no VTM. Torcendo para a cobertura de nuvens me deixar aproveitar o resto do dia, atravessei o saguão para comprar alguns itens alimentícios na pequena loja de variedades. Sentei a uma das mesas para comer, digitar e pensar nos próximos passos, consciente do vento gelado batendo nas minhas costas. Por vezes, as luzes internas me davam a sensação de sol no exterior mas achava que só sairia daqui para voltar ao hotel. Talvez meia hora mais de lambuja. Às 14:15 h cansei de esperar sem fazer nada e fui tentar a sorte. Acho que senti um ou dois pingos, porém o que estava insuportável era o frio. No meio do caminho resolvi descer para o quarto. Imaginava terminar oEstação ferroviária - Brest dia mais cedo contudo, confiando na baixa possibilidade de chuva e lembrando que as condições de amanhã devem ser piores, troquei as inutilidades temporárias do saco pelo casaco e saí novamente uma hora mais tarde, aproveitando para recarregar um pouco a bateria do celular. Voltei ao Castelo e desci para a margem do Rio Penfeld. Pretendia atravessar o rio por uma das pontes flutuantes que ficam no nível da água, no entanto aquela é uma região militar com acesso proibido para civis. As aberturas de sol cada vez mais frequentes me obrigaram a guardar o casaco no saco. Retornei à altura da ponte levadiça, chamada Recouvrance em homenagem à cidade vizinha na outra margem que foi anexada a Brest por Luís XIV. Mortal só atravessa por cima. Com o fim da canicule, um passeio extra ePonte flutuante do Rio Penfeld - Brest inesperado foi à Torre Tanguy, que abriga o fantástico museu da cidade e estava fechada ontem. São dois andares com grandes vitrines à volta que reconstroem a vida de Brest através de dioramas, modelos em argila e massa representando aspectos da sociedade dos séculos passados. Batalhas, cenas urbanas, festas, moradias do início do séc. XX e meios de transporte foram recriados e recentemente restaurados. Um fato curioso relatado nos textos mas sem apresentação em maquetes é o caso da rua mais comercial do centro e por onde passa o bonde. Os franceses ficaram tão fascinados com a embaixada luxuosa enviada pelo rei do Sião, com presentes extravagantes e valiosos para o rei Luís XIV que renomearam a avenida em que ficava o hotel no qual se hospedaram os representantes de Rua do São Salvador - BrestSião, nome utilizado até hoje. Todo o terceiro andar é um mirante com janelas envidraçadas que oference excelentes paisagens dos 360°. Além de deslumbrante, o museu é gratuito, pena que seja proibido fotografar. O principal motivo de recomeçar o passeio era conhecer o Jardim dos Exploradores, que homenageia os enviados do rei a diversas partes do mundo para recolher espécimes de plantas. Associado a belas vistas, é mais uma oportunidade de conhecer outra faceta da história da França. Ao passar pelo centro no retorno ao hotel, entrei numa ótima livraria, na própria rua do Sião, e saí com um livro sobre história da Bretanha. É impressionante o total respeito que os motoristas têm pelos pedestres. Não é preciso nem se aproximar muito do asfalto que os carros ja estão parando.