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| Cagliari - qua 18/jun/25 * 26,4 km * (52 fotos) | Mais fotos: | Álbum | Slide show | Vídeos |
Subi às 7:30 h para o café e saí do albergue depois de duas horas e meia de cochilos. Imaginava fazer um passeio de ônibus para uma praia ao sul da cidade, porém a distância e a frequência não muito grande me deixaram temeroso de não conseguir pegar a condução da volta. Resolvi andar até uma praia mais próx
ima do centro para onde dependeria apenas das minhas pernas. Era a mesma que as portuguesas estavam procurando ontem, só que elas não sabiam, e nem eu, que seria uma caminhada longa. O litoral perto do centro sempre era ocupado por edifícios militares. Logo, porém surgiu um pequeno bosque de pinheiros separ
ado da água por um calçadão e ciclovia até chegar à grande marina. Estava no bairro de Bonaria, com a Basílica de Nossa Senhora. Atravessei uma ponte de pedestres sobre o canal que liga as lagoas ao mar, onde ficava a pequena praia de Diga. Mais um calçadão me levou a um parque meio abandonado, apesar do qu
e uma equipe de manutenção podava os arbustos e recolhia o lixo. Ficava sempre impressionado com o zelo com que os garis desempenhavam sua função. Sempre que algum item não acabava na caçamba do caminhão, eles saíam atrás recolhendo o que tinha sido levado pelo vento ou acabado na rua. Cheguei ao Cabo Santo
Elias com várias trilhas que conduziam ao forte, ao farol, à uma torre abandonada e à bela e cheia praia Calamosca. Entrei nos caminhos do morro não porque procurasse aventura, mas para evitar a grande volta que teria que dar para continuar o percurso pelo asfalto. No topo onde ficava o Farol tinha início
uma via pavimentada que me levou para a extensa praia Poetto. Tinha ideia de fazer todo o percurso de oito quilômetros porém, além da monotonia, estava começando a ficar cansado. A intenção era voltar pela avenida que acompanhava as várias salinas. Mas descobri que havia muito mais. Em adição aos tanques pa
ra extração de sal, existia um parque para preservação da fauna local, que contava com diversas espécies de aves aquáticas, inclusive uma parente dos flamingos. Fiz um desvio por uma ponte que atravessava a lagoa e entrei nas estradas de terra que pertenciam ao parque. Com alguma paciência, era possível adm
irar os grandes pássaros pescando nas águas rasas ou levantando voo em bandos. Quando saí do hotel pela manhã, percebi o acúmulo de nuvens, porém o sol imperou durante quase todo o percurso. No final da tarde, quando estava saindo da área de preservação, comecei a sentir os primeiros pingos. Mais alguns qui
lômetros me deixaram no asfalto, quando a chuva começou a engrossar. Não demorou muito para despencar um temporal. Só pensava em como deviam estar enlameadas as picadas que havia acabado de deixar. Observando o céu encoberto de horizonte a horizonte, percebia que não adiantava procurar abrigo. Não parecia s
er passageira. Tentei encontrar uma rota mais direta no aplicativo de mapas, contudo ele não respondia aos comandos de aproximar e afastar com os dedos molhados. Tive que retornar pelo caminho da ida, um pouco mais longo. Cheguei ao centro pingando, mas o sol que começava a aparecer ajudou a me secar um pouco.