O ônibus só partia depois do meio-dia mas da reserva do quarto constava a saída no máximo até as 10:00 h. Como não achasse que as coisas fossem tão rígidas e com a rodoviária a apenas algumas centenas de metros procurei esticar bastante a permanência no apartamento. Depois de o Luka passar para pegar o roteador e dar alguns minutos de lambuja, deixei a hospedagem às 11:50 h, 100 minutos antes da viagem. Lamentei ter desistido tão facilmente de Pula. O transporte para Porec seria dificil mas para a cidade de ascendência romana havia vários horários de conexão. Teria sido bem mais proveitoso do que o péssimo dia desanimado que gastei sentado na praça da estação ontem, sem fazer nada. Mas agora está feito. Após pagar a tarifa para transporte de bagagem entrei no carro que tinha destino final na capital. Escolhi Rijeka (leia riiéca) por ser uma cidade portuária na direção que queria ir. O percurso completo seria muito longo e com provável conexão no meio do caminho. Achei mais seguro e tranquilo passar duas noites para descansar e talvez conhecer um pouco da região. Essa foi uma das visitas de bate-volta que fiz em 2009 e, se não fosse a distância, teria passado direto. Muitas das cidades da Ístria são denominadas em croata e também com a versão italiana. Estava vindo de Rovigno e ia passar a noite em Fiume. Inesperadamente o caminho usado pelo motorista entrava na cidade de Porec/Parenzo, mas o terminal rodoviário não permitia visualizar o centro histórico. Pelo que li ele deve ser muito parecido com o de Rovinj, inclusive na forma circular. Às 14:30 h entrei na rodoviária de Rijeka, que fica a apenas 200 metros de onde está atracado meu hotel. Por uma hospedagem diferente fiz a reserva de duas diárias num barco fundeado na marina. São vários tipos de cômodos mas eu escolhi o quarto simples. As acomodações parecem ótimas e a internet funcionou muito bem. Apesar de a cabina ser externa a visão pelas pequenas e altas escotilhas é impossível, porém as áreas públicas do restaurante e deques permitem a observação tanto do mar quanto da cidade. Perto das 16:00 h saí para rever a cidade. A única coisa que lembrava mais ou menos de 10 anos atrás era o Castelo nas alturas. Como não encontrei nenhuma indicação de rota de pedestres fui subindo ladeiras e escadarias. Na volta teria mais tempo de apreciar a arquitetura imperial decadente do centro. Durante a visita ao interior da fortaleza alguns pedaços de memória retornaram e o mapa do local ajudou a relembrar que o Templo Grego é o Mausoléu da Família Nugent, do século XIX, e o dragão na frente é o basilisco constante do escudo da dinastia. Mais alto que o Catelo ficam as estações da Via Crucis, construídas em bronze estilizado que não me recordava de ter visitado. Foi um retorno energético às atividades turísticas. O Castelo do século XIII fica a 138 metros de altura. Dei uma grande voltar pelo centro aristocrático, passando pela Catedral, Prefeitura e observando os palacetes antigos. Desde que comecei o dia as nuvens têm rondado, havendo pequena previsão de chuvarada amanhã. Talvez estejam errados. A rede teve alguns engasgos e me obrigou a refazer parte do serviço. Mas não dá para reclamar. Era melhor que a média.