17/jun/18

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19/jun/18

Apesar da preguiça não poderia desperdiçar o início ensolarado de manhã e saí do quarto correndo às 7:30 h. Logo de cara enfrentei as íngremes subidas para sair da cidade pelo alto. O itinerário programado prometia ser puxado e longo e, quanto antes me pusesse a caminho, melhor. O destino inicial era a Igreja de São João no Castelo que, segundo as estimativas, ficava a cerca de 20 quilômetros pelo caminho das montanhas. A primeira parte percorria uma forma de ferradura acompanhando o contorno dos morros que envolvem a praia de Glisteri. Em seguida a estrada continuava a subida até passar por um longo muro de concreto que definia a área do lixão fedido. Poucos metros à frente terminava a via pavimentada e a sequência passava a ser forrada por cascalho. Apesar da mudança de piso a estrada continuava com boas condições de trânsito, larga e sem muito mato. A maior dificuldade era superar os grandes desníveis. Em alguns trechos caminhava 350 metros acima do mar, com a cabeça quase tocando as nuvens ameaçadoras. Na metade do caminho ficava o lugarejo de Kalogeros (leia calóieros), com não mais do que duas ou três casas e uma igreja. O resto do percurso pelas montanhas cobertas por pinheiros foi relativamente tranquilo, com uma ou outra eventual poça de lama a ser atleticamente ultrapassada. Saí da experiência envolvido em teias, laboriosamente tecidas de um lado a outro do percurso, mas insuficientes para deter um corpo muito maior do que as aranhas conseguiriam digerir. A igreja de São João, construída sobre uma alta rocha, entrou para a fama cinematográfica ao servir de cena para o filme Mamma Mia e quando cheguei um barco tocando a trilha sonora trazia visitantes em um passeio marítimo. O local é realmente espetacular, cercado por formações rochosas imponentes. Não contei nem na subida nem na descida mas a grande quantidade de degraus, mesmo que cuidadosamente construídos com pedra e concreto, exigiram um esforço adicional. Havia planejado continuar o passeio até o farol do extremo da ilha porém percebi que seria um exagero seguir toda aquela distância. Além disso, metade do dia já havia passado e ainda queria ir para a cidade de Glossa, que fica bem no alto. Dessa vez segui pela rodovia junto com os carros. Foram mais duas horas de muito exercício. O entroncamento com a estrada principal acontece antes da cidade e para conhecê-la teria que andar no sentido contrário ao que deveria percorrer para voltar para o hotel. Decidi deixar a visita para outro dia, dedicado especialmente a esta parte de Skopelos. Também havia resolvido fazer todo a caminho de volta a pé e comecei uma corrida contra o relógio para chegar antes de o dia escurecer. Foi mais um trecho bastante cansativo por causa das diversas subidas, nem tão íngremes, mas muito longas. Cheguei a pensar em fazer uma parte de ônibus porém a não coincidência de horários me tornou corajoso. Deve ter sido uma das caminhadas mais longas que já fiz e o tempo bom durante a tarde ajudou a completar a façanha. Essa é uma das ocasiões em que preciso passar muito tempo tomando banho, não só para tirar a sujeira, mas também pelo simples prazer de ficar sob a água quente. O problema é que não tem lugar para pendurar o chuveiro e tem que ficar com o braço levantado o tempo todo. Por outro lado, o box tem um degrau, que também serve de assento, ajudando a esfregar os pés encardidos. A internet continua muito boa, tornando a transferência rápida e sem muitos contratempos.