Analisando o mapa eletrônico da região pude perceber as oportunidades de grandes caminhadas partindo da nova base, tanto para conhecer praias como zonas arqueológicas. Só faltava lutar com a preguiça matinal, que consegui vencer, depois de muito esforço, somente às 8:30 h. Não tinha certeza de que rumo tomar e segui em direção ao centro antigo construído em torno do Castelo. Também existe uma fortificação muito maior no alto do morro que domina a cidade. A via que passa entre as duas atrações conduz a uma pequena praia, bastante concorrida pela proximidade. No estacionamento tem início um caminho que segue pela parte baixa do penhasco da Fortaleza de Palamidi contornando parte do Golfo das Argólidas e oferecendo panoramas fantásticos. No final fica a extensa praia de Karathona (leia caratôna), de chão de areia e muita vegetação e grama como pano de fundo. O percurso não era longo e, à medida que me distanciava do centro e a vista do golfo se ampliava comecei a reparar nas nuvens que se juntavam sobre a margem oposta, aos moldes do que fizeram ontem em Trípoli. Como não parecia um caso tão urgente entrei na curta trilha no penhasco que leva à simpática capela de São Nicolau. Para não repetir o caminho na volta havia optado por retornar pela rodovia asfaltada, o que também me daria a oportunidade de decidir após algumas subidas e curvas se faria o desvio para as praias mais afastadas. Contudo, com a ameaça cada vez mais aparente, mudei de planos e apressei o passo para tentar escapar da chuva em tempo. Não me conformava com a quantidade de gente que chegava despreocupada, armada de barraca e pato inflável, ávida em ocupar um lugar sob o que me parecia o céu do fim do mundo. Completei o trajeto contornando os belos penhascos e, ao me aproximar da cidade velha, o ambiente limpava consideravelmente. Ao meio-dia e meia sentei num banco da orla para observar as águas tranquilas da baía e admirar mais uma unidade defensiva do período medieval, construída em uma ilhota no centro da enseada. O sol já começava a reaparecer e deu a impressão que ele não queria que continuasse a caminhada hoje. Como ainda estava cedo demais resolvi atravessar o povoado e me dirigir para a praia do outro lado, que surge depois do porto e de um longo quebra-mar. Era bem feia e deprimente. Acho que não dá para chamar de praia, uma mistura de lixão e lago podre. Não tinha ninguém e a areia era dura e escura. Valeu apenas por causa das vistas bonitas do centro antigo e da fortaleza no alto. As nuvens recomeçaram a bloquear o sol e apresentavam uma feição bastante ameaçadora. Era o sinal para fazer as compras no supermercado e voltar para o hotel, onde cheguei antes das 16:00 h. Não chegou a chover mas o céu continuou nublado pelo resto do dia.