Com a intenção de passar o dia na praia achei que poderia continuar um pouco mais na cama. Durante esse tempo fiquei pensando em quanto seria aborrecido permanecer várias horas em pé ou deitado ao sol. Decidi mudar de ideia e completar mais um circuito, desta vez pelo sentido horário, para ficar diferente do de ontem. Como saí um pouco mais tarde, às 8:15 h, o horário comercial já havia iniciado e me espantei mais uma vez com o trânsito da cidade. São Paulo, provavelmente, tem um número muito maior de motos mas, pela pouca quantidade de outros tipos de veículos aqui elas parecem onipresentes. É o transporte individual favorito e frequentemente carregam três ou quatro passageiros. Existe desde as barulhentas até as incrivelmente barulhentas e elas trafegam, por vezes, em duas ou até três colunas paralelas na mesma pista. Ao terminar o trecho mais chato da saída do centro e contorno do Parque dos Mangues, cheguei ao litoral para acompanhar o mar ao longo de vários quilômetros observando as belas paisagens marítimas e suas ilhas, refrescado por uma forte brisa. Voltei ao Olho Soprador, que hoje, além do ar, espirrava grande quantidade de água salgada, dando banhos completos em todos que se arriscavam a se aproximar da fenda. Passei num ponto de ônibus no momento exato de me abrigar de uma nuvem carregada que despejou muita água durante breves cinco minutos. Na continuação do percurso fui acompanhando um aglomerado distante que formava um grande sistema cinzento que, no entanto, se deslocava em direção ao mar, de modo que consegui evitá-lo. O lado rochoso da ilha apresentava um vento muito mais fraco, tornando a caminhada bastante cansativa. Completei o perímetro economizando duas horas em relação à ontem e torcia para chegar no hotel e encontrar bastante água no chuveiro. A faxineira estava nas proximidades do meu quarto e, ao perguntar sobre o problema, ela começou a descrever com detalhes uma situação que não entendi. Só pude perceber que eles aparentavam confiança em ter resolvido o grave inconveniente. Na dúvida, decidi armazenar um pouco para emergências. A nova conexão com a internet que o Anderson me apresentou é muito rápida quando o sinal está presente, o que parece ser favorecido na cama do lado da varanda. Aparentemente os israelenses bagunceiros foram embora. Aleluia!