14/jun/23

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16/jun/23

Hoje foi declarado o Dia do Intervalo. Evitar caminhadas extravagantes, restringindo os deslocamentos apenas a ruas calçadas e os pequenos passeios que não puderam ser completados na jornada tumultuada de ontem eram as recomendações. Para segui-las, e com o trajeto mais bem estruturado, ajudado pelas visualizações do dia anterior, saí do apartamento às 8:30 h para andar os 15 minutos até a entrada de Ghasri (leia asri). Na saída de Victoria reparei em duas construções que ainda não haviam chamado minha atenção. A fonte e o cruzeiro de pedras ficavam no acesso para dar as boas-vindas ao viajante e seu transporte equino. Mais para o centro, o balcão Barrakka era utilizado no período medieval para premiar os cavaleiros vencedores de torneios com a entrega de armas e flâmulas, por vezes com a presenca do grão-mestre em pessoa. A prática ainda hoje é corrente, quando os governantes participam de eventos púbicos e distribuem medalhas. Já havia reparado que as cidades da ilha tendiam a ocupar os locais elevados e isto tinha relação direta com a preocupação com segurança observada nos idos de seus assentamentos. O exemplo mais claro era o refúgio da Cidadela, na capital. Vários outro casos ocorriam e alguns deles faziam parte da lista do dia. A entrada seguinte foi dois quilômetros adiante, em Gharb (leia arb). Nesta vila estava localizado o Santuário Ta Pinu, além de alguns templos menores na subida do mirante. Não sei se fiquei contente ou decepcionado quando reparei na corrente que impedia a escalada da grande colina com a possibilidade de panoramas exuberantes no alto. No entanto existia um ponto de observação vizinho, quase tão alto. Acho que dois teria sido exercício demais. A igreja, grande, foi construída no início do séc. XX e não tem muita decoração. Quando cheguei estava sendo realizada uma missa, rezada em maltês e tive que esperar para realizar a visita. Pelo menos deu para descansar um pouco do forte sol, que apareceu depois de uma manhã nublada e ventosa. Satisfeito de aguardar tanto tempo com o padre falando, deixei a igreja para conhecer outras atrações. Segui para o Farol Giordan, no mirante alternativo que oferecia panoramas dignos de mirante. A escalada da ingrime subida foi árdua, mas o vento refrescou o trajeto. Continuei por alguns quilômetros, seguindo uma via mais ou menos paralela ao córrego Ghasri. Foi uma grande surpresa o que encontrei no final. O mar escavou um longo fiorde por entre os rochedos e formou uma pequena praia de seixos na extremidade interna. O local é tido como um dos melhores pontos de mergulho de Malta, tanto pela vida marinha como pelas formações rochosas e cavernas, no mar e no seu braço. Era um lugar mágico, mesmo fora da água, apesar da quantidade de visitantes. Mas as maravilhas não terminavam por aí. Subi as escadas e comecei a caminhar sobre os penhascos, em alguns lugares praticamente lisos. Em uma distância de mais de um quilômetro, vários tanques foram escavados, desde tempos fenícios e romanos, para acumular água marinha e extrair o sal através da evaporação. O sistema continua em uso por uma família que detém o monopólio há mais de 350 anos. Iniciei o retorno por volta das 15:30 h e após uma hora cheguei ao apartamento.