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São Paulo - seg 15/jul/24 * 5,96 km * (0 foto)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

A decolagem no início da madrugada fez com que eu decidisse sair de casa quase doze horas antes, no dia anterior, devido à minha ansiedade e resistência a caminhadas noturnas. Cheguei na Estação da Luz às 12:30 h, em tempo de pegar o trem que deveria sair dentro de meia hora da Barra Funda. Achava que o Aeromóvel só seria inaugurado na época da eleição e, de fato, tive que entrar num ônibus lotado para percorrer os três quilômetros até o terminal internacional. Como esperado, ao me aproximar às 14:00 h do balcão da TAP, não pude registrar a bagagem, que ficou com 3,5 e 5,5 kg. A abertura para o voo do início da manhã só aconteceria depois das 20:00 h. Tomei uma resolução drástica! Confiando nas dimensões reduzidas da mochilona, decidi me livrar dos itens proibidos e passar direto pela inspeção e imigração, sem despachar a bagagem. Já havia recebido o cartão de embarque por e-mail, depois de ter feito o check-in pelo computador em casa. Joguei fora a pasta de dente, o desodorante, o anti-inflamatório, o creme hidratante e o protetor solar. Percebi posteriormente que a escova de dentes, que compartilhava a caixa do dentifrício, também foi para o lixo. Ganhei 700 g e o peso total das duas peças desceu para 8 kg. Imaginava que o tamanho da mochila maior não fosse impeditivo para entrar no avião, já que os passageiros costumavam abordar com malas enormes. Na pior das hipóteses eles iriam vetar e enviar para o porão. O pensamento por trás da ideia genial de viajar sem bagagem era, principalmente passar as dez horas restantes na sala VIP, mais confortável e desimpedida que a sala de espera normal. Descobri que viajantes da Star Alliance, da qual a TAP era participante, podiam acessar a sala do Banco Safra. Apresentei os documentos e fiquei sabendo que, como o meu voo não era de conexão, a utilização era limitada ao máximo de quatro horas antes do embarque. Segui para o lounge da MasterCard, onde a mesma regra se aplicava. Lá, contudo, poderia entrar um pouco mais cedo porque eles fechavam às 23:30 h. De qualquer forma, ainda restavam três horas, pelas quais tive que aguardar ao lado de uma tomada, ouvindo as conversas telefônicas incômodas dos vizinhos. A educação dos usuários das salas especiais, no entanto, não autorizava imaginar que o mesmo problema deixasse de ocorrer em uma delas. A mensagem sonora de um voo anterior para Lisboa solicitava que todas as malas de rodinhas de uma faixa de passageiros deveria ir para a área de carga devido à ocupação total da aeronave. Creio que a minha condição Silver estivesse isenta de tal resolução. Além de não ter rodinhas. Quando havia passado o tempo necessário, fui para a sala VIP do cartão Black. Estava lotada e tive que esperar alguns minutos na fila para entrar. Parecia que eu havia escolhido justamente o horário de maior movimento, quando os únicos locais livres ficavam nos bancos altos de cara para as janelas do fundo. Depois de 30 minutos, vagaram algumas poltronas mais aconchegantes, para onde pude transferir as mochilas e aguardar até o horário de procurar o portão de embarque às 23:00 h. Essas salas transmitiam uma sensação de poder, com suas ofertas de comida e bebida à vontade, mas o que realmente fazia a diferença era o conforto, apesar da lotação e barulho. Achava que elas já deviam ter sido bem mais exclusivas. Atualmente, qualquer um com cartão de crédito razoável poderia frequentar. Enquanto aguardava, iniciei a tentativa de transmissão dos dados para o provedor. Por um equívoco na configuração da página da viagem em São Paulo, esqueci de cadastrar o dia 15, anterior ao início do itinerário. Com isto, creio que seria obrigado a juntar o dia anterior e o inicial num mesmo texto, com as fotos e vídeos das respectivas datas na mesma tela. Isto era apenas cogitação e teria que desenvolver melhor a ideia quando tivesse todas as informações necessárias assim que chegasse em Lisboa. No meu voo não houve ameaça de vetar as rodinhas, apesar de que a lotação também estivesse completa. O embarque na aeronave da Airbus A330 neo foi simples como das outras vezes. No entanto, o meu privilégio de entrar no início era sempre compensando por ter que furar a fila dos normais para chegar ao meu assento no fundo. Como fui dos primeiros a entrar, tive tempo de esconder as alças, barrigueiras e fitas da mochilona com a capa que as cobria, de forma a não atrapalhar as demais malas e proteger a minha. Pela primeira vez usei o bagageiro superior. A pequena, como sempre, viajou ao lado das minhas pernas. Minha vizinha Eliana, brasileira moradora de Fátima há 30 anos, parecia bastante faladora. Felizmente havia trazido uma grande quantidade de livros e se ateve à leitura depois de uma detalhada apresentação nos primeiros minutos da chegada à poltrona. A luz direcional ficou acesa por longo tempo, porém isto não incomodava. Muito melhor do que conversa. A refeição principal foi oferecida um pouco mais cedo e após 90 minutos de voo o serviço estava encerrado. Pude escolher entre as duas opções, ficando com a carne. Contudo achava que a massa talvez tivesse sido melhor companhia para os talheres de madeira. Minha cadeira ficava justamente entre duas janelas, posição ótima para recostar a cabeça na coluna entre elas. Entretanto, isso só valia para o encosto na vertical. Na posição inclinada parecia que o assento da frente levava vantagem neste quesito. Pude passar boa parte do voo dormilando, mesmo sem utilizar o encosto de cabeça improvisado na coluna entre as duas janelas. Duas horas antes do pouso, foi servido o lanche matinal, minha refeição preferida. Foi simples, com uma pequena salada de fruta e baguete com presunto.