Saí às 6:45 h para pegar o ônibus das 9:00 h para Punta Cana. Havia um serviço duas horas antes mas considerei que era cedo demais para sair da cama e para entrar no novo hotel. Contudo, como a empresa não permite venda antecipada da passagem, achei melhor não chegar muito em cima da hora. Além disso, não podia pagar com cartão e tive que me desfazer de mais alguns pesos. Em trinta minutos de caminhada completei o percurso de três quilômetros e já encontrei algumas pessoas com bilhete para o mesmo horário que o meu. Existe uma parada no Parque Enriquillo, aquele entroncamento bagunçado, bem mais perto do hotel, porém parecia mais óbvio entrar no ponto inicial, junto com os primeiros viajantes e não no meio do trajeto. O embarque foi liberado quarenta minutos antes da partida e o temor com relação à lotação tinha algum fundamento. O veículo de dois pisos não saiu totalmente cheio mas sobraram poucas vagas para a parada seguinte. Andar o quilômetro adicional foi uma decisão prudente que se mostrou sábia. A viagem durou três horas e meia e a demora acontece mais por causa das diversas paradas no destino. Punta Cana, além do nome de uma vila, é também a grande região com uma infinidade de hotéis enormes dedicados a servir turistas de pacote com tudo incluído. Fica tudo longe e a única forma de ver o mar é andando pela areia, se o hotel não fica à beira-mar como é o caso do meu. Não acho que vá encontrar uma avenida litorânea por aqui. Creio que não vai haver muita caminhada também e já estava preparado para passar a semana toda apenas na praia, meio contra o meu gosto. A percepção inicial era de que estava me colocando numa furada e a primeira impressão não contribui em muito para alterar o pensamento. A parada do ônibus foi mais próxima do que imaginava e não precisei andar muito para encontrar o endereço. O edifício em que fica o hotel é simpático, porém dividido entre vários proprietários. Tive alguma dificuldade em descobrir o local da recepção, que fica meio escondida no canto do fundo. A Anny e seu marido Luis estavam no escritório e, apesar de ela reforçar que o registro só começava às 14:00 h, quebrou o galho me deixando entrar. Parece que uma das três pernas do U com dois andares pertence ao casal. Eles estavam meio atrapalhados com a troca de fechadura do meu quarto, cuja chave havia sido perdida pelo hóspede anterior. Creio que esse par é um exemplo de mulher que manda em marido. As mensagens de boas-vindas enviadas nos últimos dias já prenunciavam alguma coisa fora de conformidade com os meus planos e vim a descobrir que vou ficar num apartamento com dois quartos, em que o segundo também pode ser alugado para outra pessoa. A área comum, que inclui uma sala de estar e cozinha, é compartilhada. Há um banheiro extra que é usado pelo dormitório ao lado, mas eu fiquei com a suíte. As outras camas estavam desarrumadas, indicando que alguém saiu hoje, porém a Anny me disse que, ao menos por enquanto, não tenho que dividir o espaço. Supermercado é outra coisa inexistente nas proximidades e vou ter que me satisfazer com o café da manhã oferecido todos os dias, com exceção do domingo, servido apenas a partir das 8:30 h. Recebi duas respostas ótimas da faxineira que veio limpar o cômodo vizinho. Perguntada se haveria inquilinos ela falou que não sabia mas não tinha problema porque eu podia fechar a minha porta. Quando inquiri sobre mosquitos, por ter tido a impressão de ver alguns voejando anteriormente, escutei que também não havia problema porque podia me cobrir com repelente antes de dormir. Quem mandou perguntar? Às 15:00 h deixei o quarto para descobrir com o que a redondeza me surpreenderia. A praia é realmente próxima e muito bonita. Contudo não é do tipo que eu gosto. A faixa de areia é quilométrica para os dois lados e o que escolhi para visitar é completamente dominado por um grande hotel. A praia é pública e aberta a todos mas as dependências internas são de uso exclusivo dos hóspedes, como fazem questão de ressaltar as diversas placas na divisa. Após alguns quilômetros andando pela beira da água sob uma mistura de sol forte e muitas sombras dos coqueiros, fiz o retorno e tentei entrar numa estrada de terra que parecia ser de uso dos prestadores de serviço. Fui impedido por um segurança que dizia se tratar de propriedade privada do hotel. Minha intenção era encurtar em vários quilômetros a distância até o shopping mais próximo, porém tive que dar a volta grande. A vantagem de ser vizinho de um proprietário de terras poderoso como a rede hoteleira Barceló é poder utilizar as excelentes calçadas que margeiam a estrada construída como contrapartida do uso de tanto espaço físico. O centro comercial possuia vários caixas eletrônicos e pude repor os pesos dominicanos que estavam chegando ao fim. O supermercado enorme é ótimo e o único problema foi ter que retornar quatro quilômetros e meio carregado de sacolas plásticas cheias de peso. A rede wifi estava meio lenta e só funcionou mais ou menos na sala. As tentativas no quarto foram muito frustrantes e, mesmo na área comum, precisei de diversas tentativas, especialmente para as fotos.