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Costa sudoeste - sáb 15/dez/18 * 34,61 km * (66 fotos)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

Praia Daaibooi - CuraçaoPlanejei fazer um passeio indo para uma atração por que passei dois dias atrás quando fui para as praias do lado oeste. Pretendia pegar o mesmo ônibus porém, quando cheguei ao terminal, reparei na existência de outra linha que ia na mesma direção e partia meia hora mais cedo. Não entendi porque a motorista falou que seu serviço não funcionária para mim, já que, segundo o mapa das rotas, ela deveria seguir o mesmo trajeto. Para não discutir e, eventualmente ir para o lado errado, me preparei para aguardar meia hora até a saída utilizada anteriormente. Os condutores falam um inglês muito difícil de entender e eles também não compreendem o que eu digo, de forma que há uma grande dificuldade de comunicação e é melhor ficar calado. Ao deixar o hotel, às 7:20 h, fiquei tentado a pegar o ônibus de Boka Labadera que estava prestes a partPraia Daaibooi - Curaçaoir. O céu estava bastante limpo e a previsão era favorável, no entanto achei melhor conhecer novos locais. Ao cruzar a ponte flutuante me detive lendo as explicações e aprendi que bandeira azul hasteada na casa de máquinas indica abertura longa. Por outro lado, a cor laranja mostra tempo curto para passagem das embarcações. Como não havia sinalização alguma no horário que atravessei ficou implícito que não haveria tráfego marítimo naquele momento. Nos 30 minutos que durou a viagem rodoviária fui mantendo um olho no mapa eletrônico e o outro na estrada para observar a condição do acostamento, uma vez que pretendia usar a desculpa do retorno para acrescentar quilômetros à média diária, que decresce cada vez que fico sem fazer nada na praia. O ponto escolhido para descer foi a igreja de Sint Willibrordus na borda da Salina Sint MariSalina Sint Marie - Curaçaoe. Justamente no momento que chegava se aproximava também o veículo que havia tentado pegar mais cedo sem permissão da condutora. Afinal ele passava por onde eu queria ir, como pensava. Em defesa da motorista que me negou a possibilidade, creio que ela deveria ter se referido ao fato de que passa pela igreja apenas no caminho de volta da linha circular. No final das contas alcançaria o mesmo destino em uma linha ou outra, com a diferença de que numa tive que esperar meia hora pela saída do terminal e na outra teria passado esse mesmo prazo extra dentro do transporte. Do templo católico caminhei três quilômetros até a tranquila praia Daaibooi com vários abrigos cobertos por sapê e poucos banhistas. O estacionamento era grande e ainda estava cedo. Sendo uma praia gratuita acho que haveria potencial para muito mais gente e, de fato,Flamingos dormindo - Curaçao aos poucos foram chegando diversas famílias, com boias e carrinhos de bebê. Continuando a visita refiz a rota para chegar à beira da salina, que é uma área frequentada por bandos de flamingos. Esse era o principal motivo para eu ter voltado para a região. Não tive como evitar alguns chuviscos leves e esparsos e o vento estava de arrancar o chapéu. Após visitar as belas e tranquilas aves dispunha de duas alternativas para iniciar o percurso de volta ao centro. O mais seguro era a rodovia principal, por onde havia trafegado o ônibus. Contudo, existia uma rota secundária e um pouco mais costeira que, de acordo com o desenho do mapa, sugeria passar por um condomínio, com várias paradas para barcos e ruas internas simétricas. Tive que pensar muito para decidir arriscar a opção desconhecida e só fiquei um pouco mais tranquilo quando, Trilha para a praia Kokomo - Curaçaoquase na metade do trecho de mais de sete quilômetros, passou por mim um carro com turistas, indicando que a passagem para o outro lado era possível. Ao atingir a enorme área gradeada percebi que se tratava da refinaria da ilha, com diversos tanques gigantescos para armazenamento de combustível e vários pontos para atracação de navios. Ou a instalação está abandonada ou é bastante automatizada porque só vi um pouco de movimento perto da entrada. Fui para o outro lado, na direção da praia de Kokomo e da baía de São Miguel. Um desvio da estrada asfaltada conduzia por 500 metros de um caminho de terra até o limite do oceano. A surpresa surgiu com a indicação de trilhas indo para ambos os lados ao longo do litoral. Para a direita voltaria para a área da petroquímica e a esquerda conduzia para a praia que estava nos meus planos. Para Baía de São Miguel - Curaçaoevitar o retorno ao chão concretado resolvi tentar o atalho sobre o penhasco, que oferece vistas magníficas. O imprevisto era a existência de uma pequena e extraordinária praia forrada de pedras na metade do percurso. Como estava no alto tive que descer um trecho assustador. Do outro lado a continuação subia por outro pedaço, assustador da mesma forma, mas com a vantagem de as subidas serem menos agressivas aos meus chinelos. Novamente nas alturas, surgiu a necessidade de voltar ao nível do mar para atingir a praia Kokomo. Já tinha ficado nervoso com os desníveis precedentes e o atual não foi menos amedrontador. Tive que tomar cuidado redobrado na parte mais ingrime, quando a descida se dava ao lado de grandes pedras que, pelo menos, serviram de apoio. Tinha bastante gente na praia mas eu não ia ficar por ali. Ainda tinha que andPraia Kokomo - Curaçaoar vários quilômetros até o centro e não dispunha de tanto tempo. Pretendia voltar para o asfalto mas aconteceu de enxergar a entrada de outra trilha, agora para Boka Sami, que havia tentado visitar algumas vezes sem sucesso. Apesar da recente experiência delicada tomei mais um fôlego e segui morro acima. Dessa vez foi mais fácil, com o caminho seguindo pelo meio do mato numa região plana. De vez em quando aparecia uma bolota de tinta amarela em alguma pedra ou galho de árvore indicando que alguém já havia passado por ali. Às vezes surgia a dúvida de para que lado virar mas um pouco de localização espacial ajudava a solucionar os problemas. Quando cheguei em Boka Sami resolvi contornar a grande lagoa que fica atrás da praia e tambem é uma área de descanso de flamingos. Aqui eles eram em número muito maior porém a observação ficavLagoa dos flamingos - Curaçaoa prejudicada pela distância. A rota que seguia pela beira da lagoa tambem não foi isenta de problemas. Em alguns locais tive que enfiar o pé na lama. A primeira pisada me fez lembrar tardiamente de tirar o chinelo. Mais uma vez o par ficou cimentado no lodo escuro. Foi complicado encontrar uma forma de extrair a grossa casca de barro dos pés usando a água disponível. Depois de tirar toda a sujeira tinha que voltar para terra firme pisando fundo na lama novamente. Finalmente encontrei um local menos mole e, com ajuda de uma garrafa plástica descartada por algum irresponsável, pude me limpar razoavelmente. A cota de aventuras do dia estava esgotada e só queria continuar pelos vários quilômetros até o hotel pelas vias pavimentadas. O roteiro total ofereceu muitas chances de exercício inesperado e entrei no quarto depois das 18:00 h.