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Gortyna / Phaistos / Aghia Triada - ter 13/jun/17 (138 fotos)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

Oliveira de 1.600 anos abraçando coluna romana - GortynaPassei uma noite muito agitada, tentando vencer a batalha contra a preguiça de sair cedinho para fazer a visita das três atrações que havia planejado. Finalmente me conformei com a inviabilidade da aventura e descansei. Contudo às 6:30 h acordei decidido a repensar o assunto. Arrumei apressadamente as coisas de que achei que necessitaria, que são sempre as mesmas e já ficam pré-arranjadas, e corri para o ponto. O sol estava nascendo num céu bastante limpo mas o vento era forte e frio. CompreiBasílica de São Tito - Gortyna uma passagem no bar com saída para as 7:00 h. O motorista foi pontual e eu me surpreendi com a facilidade com que realizei o primeiro trecho. Achei que teria que trocar de condução em Mires mas o ônibus ia direto para Iraklio e a parada pretendida ficava nessa rota. Às 7:45 h iniciei a visita mas, antes de passar na bilheteria, que só abriria em quinze minutos, peguei a trilha que subia o morro e ia para a acrópole. Os metros iniciais da rota foram bem fáceis porém logo surgiu uma grade inteOdeon - Gortynarrompendo a passagem. Segundo o bilheteiro eles abrem e fecham o acesso sem aviso. Fiquei achando que poderia atravessar por conta própria sem problema mas já estava satisfeito de ter ido até ali. Gortyna (leia gortína) foi a capital do império romano em Creta e as ruínas estão espalhadas por uma grande área. Os alambrafos que limitam o parque apenas cercam uma construção importante aos olhos leigos e todos os demais vestígios estão disponíveis para visitação gratuita num imenso campo aberto Leis inscritas - Gortynaem torno da rodovia. Depois de visitar o Odeon, em cujas paredes ficavam gravadas as leis da cidade, passei a andar pela região franqueada. Apesar de o mapa eletrônico identificar algumas trilhas, a experiência mostrou que elas não são tão bem delimitadas como o aplicativo faria supor. Andando à caça de ruínas entre oliveiras esparsas, montes de pedras, pedras soltas por todo o lado e vegetação rasteira que não estava livre de espinhos, encontrei o Pretório, o Templo dos Deuses Egípcios e o TEstátuas romanas - Gortynaeatro Romano. Provavelmente a vida útil do último par de chinelos encurtou bastante nesse intervalo. Após meia hora percorrendo os campos voltei para a estrada com a intenção de caminhar em direção à segunda atração. Um cálculo baseado nas tabelas de horários disponíveis nos pontos e alguma imaginação mostrou que deveria passar um ônibus perto das 10:00 h que ia para o lado que me interessava. O GPS calculava uma distância de 15 quilômetros e achei que pudesse completar o percurso a pé, sem mTemplo dos deuses egípcios - Gortynae preocupar com meras possibilidades de transporte. Cheguei na colina de Phaistos (leia festós) às 13:00 h e já havia desistido dos ônibus. Para evitar as curvas da estrada asfaltada que subia a colina optei por encarar uma trilha na encosta. Percebi que uma nuvem bastante ameaçadora também estava se aproximando e achei que o parque arqueológico seria o melhor lugar para encontrar abrigo. O deslocamento de quinze quilômetros entre Gortyna e Phaistos me transportou para trás no tempo. EnquantoPretório - Gortyna a cidade romana floresceu no início da era cristã, o auge da civilização minóica aconteceu mil e quinhentos anos antes. O funcionário que recebeu minha entrada garantiu que não haveria chuva hoje, nem no palácio e nem em Matala. Segundo ele a nuvem estava se movendo para o leste da ilha. O padrão arquitetural da estrutura se repetia aqui, da mesma forma que em Knossos, Zakros e Malia. Todas as cidades minóicas eram centradas em uma praça principal a partir da qual eram acessadas todas as depCapela de São Jorge no parque de Aghia Triada - Phaistos-Matalaendências e ambientes. A área nobre era servida por uma escadaria monumental e os armazéns ficavam do outro lado. O Palácio antigo, que existiu entre 1.900 a.C. e 1.700 a.C. foi reconstruído e ampliado várias vezes e o Palácio novo ocupou o mesmo espaço até o desaparecimento da civilização, 350 anos depois. As cidades minóicas continuaram a ser habitadas e foram posteriormente colonizadas pelos romanos. Para encerrar a proposta do itinerário continuei a caminhada para o sítio arqueológico de Praia no Golfo de Messara - Phaistos-MatalaAghia Triada (leia aía triáda - Santa Trindade) por uma estrada sem movimento de três quilômetros de extensão. Já estava cansado de ver pedras caídas e, aproveitando que tinha apenas 30 minutos para percorrer o parque que fechava às 16:00 h, dei uma olhada meio por cima. Não ajudou o fato de as construções não serem identificadas. Apesar de não conhecer a história do local a disposição da cidade arruinada em tudo lembrava os demais centros minóicos. Desde as praças, passando pelas escadarias Tavernas em Kalamaki no Golfo de Messara - Phaistos-Matalae piscinas rituais, até os gigantescos vasos de armazenamento. O prosseguimento da caminhada tinha como único objetivo retornar ao hotel e o percurso ainda seria bastante longo. Inicialmente peguei uma retona de quatro quilômetros que ia até o litoral do imenso Golfo de Messara, onde ficava a praia de Kommos que visitei ontem. A sequência seguia paralela ao litoral, acompanhando inicialmente uma praia, no final da qual foi necessário enfrentar uma cansativa subida de duna que antecedia o balnBons ventos - Phaistos-Matalaeário simpático de Kalamaki. A dificuldade ocorreu por conta da areia fofa que era levantada pelo movimento dos chinelos. Tentei tirá-los mas os pés começaram a fritar. O jeito foi diminuir o ritmo. Tive ainda que me deparar com outro monte semelhante antes de voltar ao asfalto depois da praia de Kommos. Depois de madrugar, andar de ônibus por quarenta minutos, caminhar por onze horas praticamente sem parar e me hidratar com três litros e meio de água consegui completar os três objetivos propArte na árvore - Matalaostos no início do dia: conhecer a cidade romana de Gortyna e os assentamentos minóicos de Phaistos e Aghia Triada. Cheguei cansado porém satisfeito. O funcionário estava absolutamente correto ao afirmar categoricamente que a nuvem que havia me assustado ia para outro lado. Durante toda a rota o sol brilhou forte, só se escondendo por alguns momentos quando passei mais grudado ao penhasco de Matala. E o vento forte me obrigou a várias vezes andar com a mão na cabeça para não perder o boné.