Ao sair às 10:00 h tinha como objetivo caminhar até um lago não muito.longe da cidade. Pelo mapa eletrônico era sugerido um trajeto para pedestres, de sete quilômetros, que parecia seguir a estrada, provavelmente sem acostamento. Outra opção era a ciclovia, que acrescentava quatro quilômetros à rota, porém tinha jeito de ser segregada dos veículos. Dentre as alternativas, duas pernas me aproximavam mais de duas rodas do que de quatro. O inicio foi pela calçada do belo parque paralelo ao centro de aventuras aquáticas, qie já havia percorrido ontem. Dessa vez deveria seguir um pouco mais, até o terminal ferroviário. Caminhei vários quilômetros pelo que considero o percurso de sonhos. Ótimo pavimento e separado do movimento de veículos. Estava meio receoso de não encontrar o que estava procurando. Ontem ao sair do castelo, analisando a placa com destinos de belezas naturais nas redondezas, me deparei com uma foto que imediatamente me remeteu a Pamukkale na Turquia, onde havia passado alguns dias numa área de termas usadas desde os tempos dos romanos. A água cheia de minerais descia da montanha e criava ao longo de séculos as piscinas naturais. O painel me fez imaginar que fosse ver algo semelhante na Hungria. Estava numa região de fontes minerais e a primeira grande parada foi num parque à beira do gigantesco hotel que tinha em sua propriedade os terraços que procurava. De fato, a formação que estava presenciando tinha a mesma origem, mas achei que tudo fosse acesso privativo do resort. Encontrei uma estradinha de terra meio escondida que conduzia ao exato ponto em que os terraços se formavam, com cheiro de ovo podre e tudo. A água não escorria fartamente pelas piscinas como na Turquia, porém criava belas sobreposições. Na versão turca as pessoas, eu inclusive, entravam na água e ficavam por muito tempo. Aqui não havia ninguém, talvez porque fosse proibido ou os hóspedes preferissem a opção das inúmeras piscinas do hotel, provavelmente com água também rica em sais e minerais. Fiquei na dúvida se estava presenciando o espetáculo total ou se havia mais alguma coisa. Confirmei em algumas fotos de propaganda que a atração se restringia ao que estava admirando. Sem querer desmerecer, era apenas uma sombra do que lembrava do Castelo de Algodão. De qualquer forma, ainda era um espetáculo geológico maravilhoso. Com o atrativo principal visto, segui para o lago que serviu de desculpa para o passeio. Atravessei a pequena vila de Egerszalók que, segundo a apresentação na entrada, tinha 2.000 habitantes. A longa rua central, com muitas moradias dos dois lados, terminava no corpo de água, de acordo com o mapa eletrônico. Na realidade, no fim do asfalto começava o mato que deveria ser percorrido por uma estrada de terra de quinhentos metros, detalhe a que não havia dado importância na consulta do aplicativo. Não se tratava de um lago no sentido exato do termo, mas de um reservatório, criado pela contenção das águas do Rio Laskó, que fluía num vale entre duas cadeias montanhosas, por uma barragem de terra. Imaginei que fosse encontrar uma espécie de praia, contudo o lugar estava totalmente deserto a menos de dois carros, provavelmente de pescadores. Parecia que suas possibilidades turísticas eram simplesmente desprezadas. Valeu mais pela distância percorrida, que ajudou no pequeno aumento da média de quilometragem diária. Estava bem perto de Eger, mas resolvi retornar pela mesma via ciclística da ida, com bem mais do que o dobro do percurso mínimo a partir daquele ponto.