Alghero - qui 12/jun/25 * 9,51 km * (68 fotos)

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A visita de hoje seria um pouco incomum. Alghero tinha dois hospitais. Um militar, para o qual acho que não me qualificava, e o civil. Desde a longa caminhada de dois dias atrás até o Museu de Saint-Exupéry, vinha sentido uma dor na canela. Na volta ao hotel, depois do banho, fui para a cama e levantei bastante os membros inferiores. Ontem foi o dia do passeio a Bosa e seu castelo, quando também andei por alguns quilômetros e obs

ervei um certo inchaço. Procurando no mapa eletrônico encontrei, justamente na praia em qua havia chegado no final da tarde antes da volta para Alghero, uma filial da Cruz Vermelha Italiana. Fiquei surpreso de ela estar aberta, contudo o bombeiro disse que deveria procurar o pronto-socorro no centro. Achei que seria impossível voltar e ser atendido antes de o ônibus partir. Ao chegar em Alghero, passei no escritório de turismo,

vizinho ao albergue, para perguntar sobre a localização da clínica de urgência. Era no hospital pelo qual havia passado no retorno da caminhada. Resolvi deixar para o dia seguinte e ao sair às 9:00 h, decidi procurar ajuda. Entrei na emergência 45 minutos depois, onde havia uma pessoa na frente para fazer o registro. Na minha vez apareceu uma criança, que tinha precedência de atendimento. Teve início uma grande discussão entre os

presentes a respeito dos protocolos de prioridade. Fiquei totalmente centrado no meu celular e alheio ao falatório. Fui atendido em meia hora e, obviamente, estava no lugar errado. Parece que o meu tipo de necessidade era no outro hospital, que eu achei que era militar, porém era marinho, o que quer que isso significasse. Mas só funcionava durante a noite, a partir das 20:00 h. A enfermeira que me atendeu, num francês macarrôni

co, acho que mais para mostrar que sabia outra língua do que para se fazer entender, disse que a avaliação médica só era feita na instituição noturna, se é que entendi alguma coisa do que ela disse. Resolvi passar numa farmácia e comprar um anti-inflamatório, mesmo sem diagnóstico e sem saber se esse tipo de medicamento era acessível sem receita. No caminho de volta vi uma clínica médica e decidi entrar. A recepcionista falou que

o ortopedista só viria no dia seguinte e me informou a direção da farmácia, que eu já havia descoberto no mapa. A farmacêutica perguntou se eu queria pomada, pastilha ou sachê para beber. Na dúvida fiquei com o sólido. Quase voltei para o quarto, para passar o resto do dia deitado. No entanto, ao andar pelo porto, fiquei tentado pelo passeio de barco até a Gruta de Netuno, para onde teria pegado um ônibus hoje, se a perna aguent

asse as centenas de degraus para descer e subir, como havia planejado. Sentei num banco do porto para observar a chegada do barco, grande e com muita gente, e decidir se faria a excursão. Após muita dúvida resolvi comprar o bilhete. A dor, que não era insuportável mas incomodava bastante, amainou depois da ingestão do primeiro comprimido, porém o inchaço ainda estava presente. A lotação do meu barco não foi tão grande e deu para

sentar no andar de cima sob o sol. Parte da navegação ocorria pelo golfo que havia percorrido para ir a Porto Conte e, inclusive, pude identificar muitos pontos visitados, como as praias de São João e Maria Pia, a cidade de Fertilia e a praia em Lazzaretto, a floresta de pinheiros e os penhascos perto dos quais ficava o Museu do Saint-Exupéry. Nesse ponto tinha início a nova baía pela qual não havia andado por causa da distância.

O cruzeiro durou 45 minutos e o barco largou os passageiros na entrada da caverna e foi embora. Havia feito planos para visitar o local, apenas não de barco. Pretendia pegar um ônibus até o topo do penhasco e descer a escadaria de 654 degraus. A dúvida original era se teria fôlego para subir de volta, mas arranjei um edema para evitar o problema. A Gruta de Netuno era maravilhosa, porém o passeio foi meio tumultuado pela quantid

ade de visitantes. Para percorrer os salões de pedra era necessário seguir uma fila indiana, que juntava os aventureiros das escadarias com os preguiçosos dos barcos. A visita era guiada por alto-falante, através do qual o guia descrevia as formações. Como a entrada e saída eram pela mesma abertura, chegou um momento em que os primeiros da fila voltavam para encontrar os últimos, um dos quais era eu. Após uma hora do itinerário d

entro da terra, outra travessia de 45 minutos me deixou no porto de Alghero, de onde fui direto para o hotel e o banho. Não sei se foi o fim do efeito do remédio ou os degraus dentro da caverna, mas o tornozelo parecia ter inchado um pouco mais. A farmacêutica disse que podia tomar no máximo três doses por dia. Cheguei a pensar em cancelar tudo e voltar para casa, mas percebi que era uma solução exagerada para um problema menor.