A ideia era dedicar parte do dia para visitar o interior de alguns monumentos históricos. Pelas consultas anteriores tomei conhecimento de que a maioria abre às 9:00 h e com essa informação defini uma sequência iniciando pela Catedral. Saí do apartamento meia hora antes e levei menos de dez minutos para percorrer a distância até a bilheteria, onde fiquei sabendo que hoje visitantes só podiam entram a partir das 11:30 h. Não ficou claro se isso acontece sempre ou era apenas uma situação especial. Segui, então, até a vizinha Fortaleza, onde a vendedora também não havia chegado. Sentei na mureta da entrada para iniciar a digitação do texto e aguardar o surgimento de alguém. Sem nenhuma alteração resolvi tentar a sorte na terceira atração, o Museu das Casas Reais. Mais uma vez, dei de cara com a porta fechada. A última visita que havia programado era o Alcázar de Cólón mas, antes que pudesse levantar do meu assento na praça em frente ao museu, as portas começaram a ser lentamente abertas. A bilheteira já estava em seu posto, pingando colírio nos próprios olhos, contudo, o resto da equipe não estava disponível para destravar as passagens internas. Fui experimentar o Alcázar, a atração mais concorrida e onde tive mais sucesso. O ingresso incluía um guia em áudio com explicações simples sobre os objetos expostos e as funções das diversas dependências. Nesse palácio moraram o o vice-rei, Diego de Cólón, filho do descobridor, e sua esposa Doña Maria de Toledo, sobrinha do rei Ferdinando de Aragão. Enquanto o enfoque da instituição anterior era a vida privada do Governador, o Museu das Casas Reais, onde entrei às 10:15 h, dava relevância especial à relação entre a Coroa e as colônias. Havia salas que falavam das viagens e conquistas e da interlocução do rei com seus súditos. O edifício era a sede da representação espanhola no novo mundo e local de tomada de decisões administrativas. Consegui escapar das levas de grupos turísticos, podendo apreciar os painéis e vitrines tranquilamente. A visita continuou na Fortalezza, atualmente um grande espaço aberto com algumas construções. As que mais se destacam são o paiol para armazenamento de pólvora e munição e o Castelo ou Torre de Honra, que serviu como moradia do Governador antes da conclusão do Alcázar. Além de cuidar da proteção do enclave também passou por períodos em que foi utilizada como prisão. Uma nuvem mais pesada não esperou minha chegada ao abrigo, o que não foi grande infortúnio porque se tratava apenas de alguns pingos grossos. Atravessando a Rua das Damas e passando para a outra extremidade de um beco cheguei no guichê da Catedral. O passeio também incluía explicações gravadas contendo informações sobre dados construtivos e obras artísticas expostas nas quatorze capelas laterais. Na saída da igreja fui realizar um dos passatempos prediletos de turistas e locais que é sentar num banco de praça e apreciar o movimento frenético. Alguns desses lugares encorajam a alimentação dos pombos que infestam a área e a farta distribuição de milho causava enormes revoadas. Também dava para perceber a aproximação das nuvens escuras que logo obrigaram outra revoada, dessa vez humana, em direção à trincheira das arcadas nos dois bordos do parque. A chuva ameaçou várias vezes e às 15:00 h caiu com vontade, mas por apenas cinco minutos. E depois só piorou. Vários episódios fortes me aprisionaram sob os arcos até as 16:30 h. Quando voltei ao hotel uma batida na porta me alertou que a faxineira vinha fazer seu trabalho. Já pensava que não ia haver arrumação por toda a duração da permanência. Tentei perguntar sobre a rede, que permanece inacessível. Ou ela não entendeu a dúvida ou não estava sabendo de nada, mas o fato é que eu continuo usando a outra única opção, que tem resolvido o problema sem dar muita dor de cabeça.