l'Aquila / Pescara - sáb 12/ago/17 (29 fotos)

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Saí às 7:15 h com muito preguiça. E quando vi a quantidade de nuvens do lado de fora deu vontade de entrar de novo. No entanto, hoje seria uma das últimas oportunidades para fazer a viagem que havia planejado. O percurso ferroviário seria bastante problemático, portanto escolhi a única ligação diária por ônibus, que não funcionaria no domingo. Pretendia ir para l'Aquila (leia lácuila) uma cidade histórica do interior, no meio das montanhas, capital da região. As informações no pequeno terminal rodoviário no estacionamento em frente à estação de trem eram muito confusas e os funcionários nem um pouco simpáticos. Passei pelo mesmo lugar em dias anteriores e a bilheteria estava sempre fechada mas quando apareci às 7:30 h estava funcionando. A vendedora não conseguiu passar o cartão na prim

eira tentativa mas, instada pela minha pressão, pode realizar a transação da segunda vez. O percurso saía às 8:00 h e deveria durar uma hora e meia. Comprei a passagem de ida e volta por um preço bem maior do que o anunciado nos cartazes. Um passageiro não se conformou com a geladeira e foi reclamar com o motorista que desligou a ar imediatamente, como se esperasse o pedido. Na metade do caminho, quando estava subindo a montanha, o ônibus passou por algumas áreas atingidas por incêndios florestais. Por dois dias em que estive na praia pude reparar em um pequeno avião bimotor que vinha do interior pousava no mar e retornava para as montanhas com a barriga cheia de água. À medida que o condutor continuava subindo a montanha minha preocupação com a possibilidade de passar frio aumentava. A

s nuvens desapareciam e resurgiam de acordo com as curvas, parecendo que o acúmulo maior se concentrava justamente na direção do trajeto. Quando um cobrador entrou para conferir as passagens aproveitei para perguntar sobre o horário de volta. Pelo que entendi havia mais de uma opção. Estava ficando horrorizado com a probabilidade cada vez mais evidente de o ônibus estar se dirigindo exatamente para onde as nuvens impediam a passagem de qualquer raio solar e já começava a pensar na necessidade de voltar no mesmo transporte. A entrada no terminal rodoviário coincidiu com os primeiros pingos. Fui até o balcão e percebi que eram várias as ligações com Pescara, ao contrário do que imaginava inicialmente. Numa tentativa de lutar contra os fatos saí da rodoviária e fiquei ainda mais desanimado

. Além da escuridão e frio não sabia para que lado me dirigir. Fiz o que procurei evitar e voltei para dentro da estação. A funcionária no guichê havia dito que a partida seguinte seria às 10:00 h e estava com o tempo justo para andar até a rodinha de motoristas que conversava na entrada do veículo. Confirmei que aquele era o correto e entrei sem pensar duas vezes. Achei que fosse encontrar o mesmo carro e condutor mas ambos eram diferentes. Nunca me senti tão feliz de sair de um lugar. Com tempo bom a visita deveria ser muito bonita, com a cidade situada num vale rodeado por altas montanhas e restaurada após o forte terremoto de uma década atrás. Nas condições em que a encontrei a única ação sensata que poderia ter tomado seria fugir dali. Levei quase duas horas para chegar de volta em

Pescara e, apesar de o tempo não estar tão fechado, as indicações não eram animadoras. Pretendia seguir de trem para a praia de pedras que fica em Scerne di Pineto a apenas vinte minutos mas teria que esperar mais de uma hora pela próxima conexão, além de achar bastante arriscado qualquer passeio com o clima que estava se formando. Resolvi somente andar pelo calçadão central que unia a estação ferroviária e a praia. Sentei num banco de onde podia observar o movimento de turistas e habitantes locais, aproveitando os últimos momentos de céu claro. Logo senti os primeiros pingos e decidi que era tempo de retornar para o hotel. Entrei no quarto às 14:00 meia hora antes de começarem as trovoadas e a chuva que durou sessenta minutos. Segundo a página metereológica o tempo melhora amanhã.