O dia estava reservado apenas para a viagem até Roma e o trem regional sairia às 9:04 h do terminal central. Tinha muito tempo para caminhar os quinhentos metros até a estação perto do hotel e entrar em um dos inúmeros serviços que completavam os seis minutos de percurso. Com toda a arrumação preparada desde a noite anterior e tendo acordado bem cedo saí do quarto às 7:30 h e escolhi a ligação das 7:52 h para realizar o curto trajeto. Estava preparado, inclusive, para a caminhada a pé se houvesse algum problema na parada próxima, o que pareceu possível pelos anúncios sonoros que ouvi na tarde do dia anterior. Como na volta de ontem não havia percebido nada de incomum, hoje também estava tudo normal e o condutor só demorou um pouco para estacionar porque teve que esperar a saída de outro comboio. Depois de duas horas de viagem no segundo trecho o condutor resolveu parar numa estação para esperar alguma coisa e foi anunciado atraso de vinte minutos na chegada. Pouco antes tive que compartilhar meu espaço com uma mãe e dois filhos e o ambiente ficou bastante apertado. Além de gelado, quando decidiram aumentar a intensidade do ar-condicionado por causa da parada inesperada. Houve outra espera longa dentro de um túnel em que a pressão nos ouvidos, que passava em ondas, foi extremamente desagradável. Com trinta minutos de atraso o trem chegou na plataforma mais longínqua do terminal central romano e passei bom tempo caminhando pela estação até a saída. Apesar de ter feito a reserva com o próprio recepcionista para as duas últimas noites em Roma na primeira passagem por aqui ainda em julho não estava seguro de ter o lugar assegurado. Contudo o Carlo trabalhou direito e não tive dificuldade em me registrar quando cheguei às 14:00 h, justo hoje que tinha a entrada possibilitada a partir do meio-dia pelas regras da hospedaria. Todavia não tinha intenção de fazer grande coisa na cidade tanto por ter chegado tarde como por conta do clima que continuava incerto e com possibilidade de chuva. Durante toda a viagem o céu esteve encoberto e a previsão era corroborada pela observação. Consegui espantar a preguiça e saí às 14:45 h para mais uma volta pela Cidade Eterna. Não fui longe. Após passar na livraria perto da Praça da República e descer a Via Barberini até a Fonte do Tritão tive que procurar abrigo. A meia hora foi suficiente para me convencer de que o dia estava arruinado e apenas entrei na Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires, que ainda não conhecia e ficava na frente da estação de trem. O templo enorme foi projetado por Michelangelo numa pequena parte das Termas de Diocleciano, o que dava uma ideia aproximada da imensidão dos banhos públicos criados pelo imperador romano no início da era cristã, os maiores da cidade na época.