Morar no centro velho implica em ter a janela do vizinho a menos de dois metros na frente da sua. E morar no centro velho de uma cidade turística implica em ter um bar barulhento no andar de baixo. Nada disso me incomoda, no entanto, e o barulho só se junta ao da geladeira criando um ruído contínuo e amorfo. Não há concordância entre os historiadores, já que seu local de nascimento não foi registrado, porém a tradição diz que Marco Polo é originário da região de Korcula e diversos estabelecimentos turísticos tentam capitalizar sobre o fato, especialmente o Museu dedicado a suas aventuras e algumas lojas temáticas. Sai às 7:30 h para conhecer a praça principal com a Catedral de São Marcos e planejei uma curta caminhada para a ponta da ilha, perto do balneário de Lumbarda. Após atravessar as ruas centrais e sair para o subúrbio surgiu uma escadaria para subir uma colina até a Igreja de Santo Antônio. Sem nem começar o passeio já estava cansado mas a estória descrita na placa de informações me animou. A atração é chamada de Avenida dos Ciprestes porque setenta indivíduos desta espécie foram plantados em 1708 para acompanhar os 102 degraus que levam à ermida. Achei que fosse vislumbrar algum panorama fantástico do topo, porém tudo que se enxergava era vegetação impedindo a visão do centro e uma parte da baía. O som de cigarras e do vento, contudo, eram relaxantes. O mapa eletrônico indicou um bom desvio de terra pelo interior e pude evitar metade do trecho da estrada movimentada. O litoral bastante entrecortado proporcionou esplêndidas paisagens das baías, praias e ilhas e havia ótimos caminhos para percurso de pedestres, circundado as penínsulas sempre à beira da água. Para compensar as nuvens horrorosas de ontem o céu esteve aberto o tempo todo, mas o sol estava bem suportável. A internet também resolveu cooperar.