A pomba hoje, além de extremamente inspirada, tinha companhia e a partir das 6:00 h fizeram a maior algazarra. Uma hora e meia mais tarde elas foram dormir e eu dei início a mais uma caminhada ousada. Saí correndo às 7:45 h, antes de ter tempo de desistir e ir para a praia. Pelo planejamento ela podia ser subdividida em três partes de distâncias parecidas. A primeira seguia em direção ao Monte Dikeos, aquela espetacular montanha perto da vila tradicional de Zia. Imaginava que seria a mais cansativa por envolver a subida de 300 metros da elevação até as ruinas do Castelo de Pili, um desejo incompleto da fase inicial da visita à ilha. Passei por um carro de polícia e um monte de gente sentada na beira da estrada. Imigrantes refugiados? Levou mais tempo do que eu havia reservado para este trecho e cheguei à base do Castelo às 10:20 h. Após subir a escada de entrada fiquei um pouco decepcionado porque estava apenas no meio das ruínas bizantinas. A escarpa da fortaleza ainda se mostrava à frente. Inicialmente achei que não fosse possível escalar até o topo porém, com um pouco de pesquisa no mapa eletrônico e dando voltas pelo local, encontrei outra escadaria, bem menos conservada mas ainda utilizável. Não foi extremamente difícil mas as pedras soltas são sempre um fator de tensão. No cume existe muita pedra amontoada e algumas partes de estrutura bizantina ainda distinguíveis. As paisagens são magníficas e não poderia ser de outra maneira. Não é à toa que os antigos escolhiam locais tão inacessíveis. Dá para controlar toda a redondeza. Às 11:15 h iniciei a descida, pronto para passar para a segunda parte do passeio que consistia em conhecer a cidade de Kardamena (leia cardámena), no litoral do outro lado da ilha. Não sei se é sempre assim mas ao mudar de lado das montanhas o ar ficou bastante parado. Aliado à completa falta de sombra o trajeto de onze quilômetros foi bem exaustivo. A cidade de Kardamena é bem grandinha, comparada com os balneários da outra banda. Tem, inclusive, um calçadão com vista para o porto, com bancos e sombra. O pano de fundo com o Monte Dikeos deixa o local mais encantador ainda. Não dava, no entanto, para descansar muito porque o caminho restante era longo, com vários quilômetros de estrada sob o sol forte. Depois dos vinte minutos da parada o vento voltou e, junto com as sombras mais frequentes, tornou o percurso de retorno para Mastichari mais confortável. Mais uma vez a internet deu uma canseira para completar a transmissão das fotos e tive que verificar tudo com cuidado redobrado.