09/abr/18

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11/abr/18

Para estimular uma sensação de dinamismo e camuflar a monotonia de que as caminhadas estavam se revestindo resolvi iniciar o contorno da ilha indo para o lado contrário, pensando em chegar à praia costumeira andando no sentido horário. Logo na saída da cidade surgiu a localidade de Maracaibo, uma protuberância percorrida por uma estrada vicinal de pouco mais de dois quilômetros circundando uma colina. Na metade desta via ficava a posição mais próxima da Ilha do Caranguejo, um dos pontos de onde partem os barcos de turismo. Durante o percurso fui abordado por alguns operadores oferecendo a travessia, que parece não levar mais do que cinco ou dez minutos. A pequena rocha, que faz parte de uma reserva natural, conta apenas com uma calçada que sobe para o mirante bem no centro e é cercada pelos recifes afamados por atrair praticantes de snorkel. Ainda não estava certo de querer fazer esse tipo de passeio e somente completei o contorno da ponta e retornei para a estrada principal. Como estava no modo coragem comecei a imaginar se não seria hoje a oportunidade de conhecer outra atração famosa, o morro El Pico, a maior elevação da ilha, com 350 metros. O desvio para o interior acontecia no mesmo ponto em que tem início a estrada para a Praia Manzanillo e, ao completar os poucos quilômetros até a decisão, resolvi encarar o desafio, temendo não ter o mesmo ímpeto nos poucos dias de permanência que me restavam na ilha. Na entrada do parque uma funcionária anotava os dados dos visitantes, esclarecendo que a rota de três quilômetros, ao contrário dos sete conforme indicado na placa colocada na saída da rodovia, poderia ter uma duração de entre 60 e 90 minutos. A trilha não apresentava grande dificuldade, apesar de não ser muito bem sinalizada. O esforço exigido, no entanto, foi grande e cheguei ao topo encharcado de suor. A vista espetacular de 360° permitia identificar todos os pontos em que havia estado, inclusive apresentando uma visão privilegiada da Ilha Santa Catalina e da pousada em que estava hospedado. Na descida gastei meia hora a menos e voltei para a estrada com que estava acostumado às 13:30 h. Pensava em passar algum tempo na Baia Sudoeste, já que havia excluído a possibilidade de repetir a subida, bem menos árdua em relação a que acabava de concluir, do desvio para a Praia Manzanillo. Ao chegar no entroncamento depois de dois quilômetros fui surpreendido por um forte e inesperado temporal. De um momento para outro surgiu a grande nuvem escura que passou rápido despejando grande quantidade de água, empurrada por um vento bastante frio. Só deu tempo de retroceder os poucos passos até o abrigo em forma de arraia que me protegeu pelos 30 minutos seguintes. A nuvem se foi e o sol forte voltou. Também resolvi deixar a praia para os dois últimos dias porque teria muita dificuldade de levantar depois que tivesse interrompido a caminhada. A transmissão pelos meios normais continuou impraticável, mas o aparelho mágico da Francisca foi perfeito.