A transferência de base de hoje vai exigir mais trabalho que o normal. Para chegar em Gythio (leia ífio) do outro lado da península de Mani, vou ter que fazer duas conexões. E esse não é o único ponto desfavorável. A primeira viagem parte apenas no início da tarde, e não tenho certeza dos horários das duas outras trocas. De qualquer modo vou chegar no destino apenas no começo da noite. A compensação é que o ponto final fica bem perto da hospedagem reservada por seis noites. Para chegar na rodoviária de Kalamata não pretendia usar o método usual da caminhada mas entrar no ônibus frequente que faz a ligação do centro com as praias. Dei tchau pro Thanassios às 10:15 h e segui para a parada quase ao lado do hotel. Com o intervalo de somente quinze minutos entre os veículos não valia a pena me aliviar do peso das mochilas e continuei carregado pelo curto tempo até a chegada da condução. Aproveitei para confirmar o preço do bilhete com uma jovem grega que também aguardava. Quando entrei havia poucos passageiros e pude escolher um conjunto de quatro bancos no fundo. Porém, à medida que se aproximava o centro, a lotação começou a aumentar. Não foi suficiente para ter que oferecer os lugares a outros, mas tive que me encolher e apertar no canto escolhido. Em meia hora estava no terminal rodoviário comprando a primeira passagem para as 14:30 h, o único horário existente. A parada intermediária seria em Artemisia (leia artemissiá), onde teria que adquirir a segunda perna, porque a empresa de ônibus da sequência era outra. De acordo com o vendedor teria dez minutos para troca, já que o trajeto é sincronizado, com a mudança em mente. Havia observado na tabela uma alternativa de itinerário, seguindo outra a rota e perguntei ao funcionário se haveria vantagem. A resposta foi negativa já que a partida daquele balneário ocorre apenas uma vez por dia no começo da manhã. Acho que teria sido uma boa opção por chegar bem mais cedo no destino final, contudo a saída inicial precisaria ser feita no primeiro horário, às 5:00 h da manhã. Cheguei a pensar em passar a noite no terminal, desistindo da pernoite paga no hotel, todavia não dei continuidade à ideia. A travessia de belíssima cadeia de montanhas deve ser bem estressante para o motorista. As curvas fechadas e seperteantes à beira do abismo são um desafio para qualquer condutor. As paisagens, no entanto, são estonteantes. Após meia hora de viagem teve lugar a interrupção de quarenta minutos na pequena vila, com o ônibus aguardando para intercâmbio de passageiros com o veículo que vinha do outro lado. A segunda parada intermediária foi em Sparthi, a antiga Esparta, onde comprei o bilhete para o último trecho do dia. Usei a hora antes da partida das 17:30 h para fazer muitas perguntas para o bilheteiro paciente com tantos passageiros querendo bilhetes em cima da hora. As viagens desse lado não vão ser muito mais práticas do que vinha acontecendo até agora e talvez tenha que desistir de alguns destinos previamente planejados. A última etapa levou 45 minutos e o ponto era um pouco mais longe do hotel do que estava indicado no mapa eletrônico. Mesmo assim eram apenas 500 metros, diferença enorme em relação à Kalamata. Fui atendido pela Gianni e tive que insistir para pagar na entrada. O quarto é excelente, com uma vista inspiradora do mar e das montanhas a partir da varanda e a rede também aparenta ser muito boa. Por enquanto identifiquei dois inconvenientes: a micro geladeira e o box fechado somente com cortina de plástico. Ainda é muito cedo para decidir qualquer coisa, mas o ótimo apartamento e o transporte coletivo inadequado tornam a ideia de não fazer passeios muito distantes bastante atraente.