A canseira que a conexão com a internet me deu ontem à noite tirou vários pontos do excelente hotel. O banho havia sido ótimo, num amplo box envidraçado que não ocasionava constantes trombadas com as paredes, como geralmente tem acontecido. A geladeira, que havia me assustado pelo tamanho reduzido, surpreendentemente mostrou-se espaçosa o suficiente para a maior parte das compras. A transmissão das fotos, contudo, foi uma grande tragédia. Fiquei até depois da meia-noite fazendo inúmeras tentativas para conseguir enviar tudo. Hoje pela manhã, no entanto, pouco antes das 8:00 h, ao fazer as correções no texto, tive grande facilidade em atualizar o arquivo. Talvez tenha que alterar o horário de trabalho, se o final de noite se mostrar tão impraticável novamente. Além da preguiça estava incomodado com as praias próximas. Ficou claro que teria que me distanciar muito do centro para poder aproveitar um pouco de sol. Já imaginava que não haveria mais nada para fazer na cidade e pensava em usar bastante as ligações ferroviárias regionais. Para conhecer o sistema com mais detalhe a primeira parada do dia foi na estação de trem para estudo mais detalhado das tabelas de horários. Saí do quarto às 8:30 h para andar pouco mais de mil metros até o terminal. Deu para verificar que não vai ser tão simples encontrar ligações convenientes. Depois de caminhar vários quilômetros pelo amplo calçadão da orla, com a vista do mar totalmente obstruída pelo paredão deprimente formado por restaurantes, bares, clubes, quadras de esporte, parques infantis e a eventual passagem de pedestres para o litoral, cheguei a uma região com alguns bosques de pinheiros e aberturas maiores para as praias livres. A quantidade de cadeiras e barracas amontoadas, contudo, persistia por grande distância. O calçadão estreitou e a cidade mudou mas os clubes continuavam até os grandes hotéis na foz do Rio Saline. Só após atravessar a ponte e mudar para a terceira cidade foi que o movimento diminuiu. Em parte porque não havia muita areia, apenas faixas curtas e muitas pedras de proteção. Não eram muito convidativas porém, em comparação com os oito quilômetros anteriores, parecia o paraíso. A água meio suja da desembocadura do canal não me impediu de escolher um rochedo menos desajeitado, onde passei as três horas seguintes. Como tinha um trajeto muito grande para retroceder saí um pouco mais cedo para compensar as duas horas andando de volta. Depois de quase duas semanas de céu absolutamente limpo algumas nuvens começaram a se agrupar e grande parte do percurso se deu na sombra. No final apareceu inclusive uma nuvem mais escura me deixando cismado. Senti alguns pingos mas não acho que ela tenha sido a culpada. Provavelmente havia passado perto de um ar-condicionado em trabalho forçado. De volta ao quarto levei mais uma surra da internet.