Budapeste / Pécs - qui 08/ago/24 * 10,02 km * (18 fotos)

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Fazia tempo que não realizava uma transferência de base e hoje, pelo roteiro original, deveria ir para a Sérvia. Devido à dúvidas quanto à forma de transporte, desisti do país e resolvi continuar na Hungria. Contudo, após dez noites em Budapeste, precisava mudar de ares. Fiz uma reserva de três diárias na cidade de Pécs (leia pêtsh) e a viagem de trem marcada para 9:53 h, deveria durar quase três horas. Saí do hotel às 8:00 h, com bastante antecedência para cobrir os dois quilômetros até a estação Keleti em trinta minutos. Recebi uma mensagem do alojamento informando que eles não tinham recepção permanente e solicitando o prazo aproximado da chegada para que eles pudessem estar presentes. Esperava que não houvesse contratempos. O horário de saída foi respeitado mas, na parada seguinte ainda na capital, a lotação do meu vagão ficou completa. O dia amanheceu nublado e a previsão não descartava chance de pancadas. Na origem e no destino. A paisagem monótona, de campos e mata, o frio e o balanço cadenciado, tornavam difícil manter os olhos abertos. O inspetor passou para verificar a reserva e não se interessou pelo cartão do cidadão que apresentei. Cheguei às 12:45 h e fui direto para o hotel. Não foi bem um contratempo. Foi quase uma revolução. Claro que não havia ninguém me esperando. Toquei a campa

inha várias vezes, porém não fui atendido. Fiquei tão indignado de ter tomado um chá de quarenta minutos de espera, de pé e com as mochilas nas costas, que cheguei a tirar fotos para provar para o aplicativo de reservas que estava aguardando no local conforme combinado. Obviamente isso não ia resolver nada, todavia me senti mais aliviado no momento com a tomada de atitude, mesmo que não prosperasse. Tentei encontrar uma rede aberta para tentar descobrir o que havia acontecido mas, no local em que estava, não havia nenhuma. Pensei em andar um pouco para procurar alguma conexão livre, todavia achava que não deveria sair do lugar antes do prazo das 14:00 h. Apenas mudou o relógio para a hora cheia e comecei a caminhar em direção a uma igreja. Tinha reparado que não havia passado por nada que pudesse ser considerado centro e comecei a temer que tivesse feito péssima escolha. Depois de meio quilômetro encontrei uma conexão e mandei duas mensagens para o Booking. Sem saber o que fazer, resolvi voltar para o terminal de trem e talvez tentar fazer outra reserva, já que considerava esta perdida. Quando passei novamente pelo alojamento, a porta da garagem estava aberta e vários hóspedes preparavam a saída. Fiquei sem ação ao perceber que havia uma sala de recepção com recepcionista. Ela estava no telefone e

ainda tive que aguardar outra longa conversa em húngaro com duas hóspedes. Na minha vez apenas tive que preencher o formulário e fazer o pagamento. Não entendi porque me fizeram passar por tanto estresse, se o processo era tão normal e simples como o de qualquer hotel. Dois fatos contribuíram para criar todo o rebuliço. A mensagem totalmente inútil que eles mandaram ontem, me fazendo imaginar que estavam realizando algo especial, apenas para mim, e ter deixado o posto após 14:00 h. Provavelmente o local foi aberto logo em seguida. A hospedagem parecia um beco, com diversos apartamentos dos lados e o corredor para veículos no centro, terminando num pátio com mais apartamentos térreos. O estúdio parecia excelente. A internet estava perfeita para o meu uso e, além do quarto e banheiro, havia uma pequena cozinha com todas as comodidades. O único inconveniente foi um grupo de pessoas conversando sem parar perto da minha janela. A entrada era, com efeito, codificada. Um código para abrir o portão e outro para o cofre onde depositar as chaves na saída. Resolvi deixar para conhecer o centro no dia seguinte com mais calma. Hoje precisava voltar ao terminal para comprar logo a reserva de volta, uma vez que tinha ficado assustado com a lotação do trem da manhã. A segunda tarefa era abastecer minha cozinha.